Há traços no sonho acordado de pessoas que nos querem bem e nos abraçam e nos encorajam e nos agradecem o pouco que somos e nos fazem sentir presentes nos momentos simples e importantes da vida.

 

Fastread poetry

 Vi-te passar jovem pensamento a brincar com leves aves

tão simples brilhante ainda um pouco despido de sonhos

decidido a ser braço do sol do mar verso do novo poema.

 

Quando a chuva interpretada numa tela começa a embaciar o olhar do curioso que olha o caminho húmido e perfumado na direção do fado...

 

                                    Chuva, silêncio, fado/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

Do longe ao perto, do geral ao particular, do sonho à realidade, do passado ao presente, do partir ao ficar, da distância à proximidade, do registo à presença, da memória à vivência.

 

Nesta Lua Cheia, as energias zodiacais em foco são as de Aquário, signo onde o Sol transita. Quando larga a experiência do eu separado e expande a sua autoconsciência de Leão (signo oposto e complementar) até ter a consciência grupal em Aquário, aí o individual torna-se universal.

 

Uma árvore maestrina em exaltação sinfónica a conduzir os diferentes sons da natureza...em liturgia...

 

O poeta português Luís Vaz de Camões nasceu, viveu, partiu, foi da lei da morte libertado e continuará entre nós, a comover-nos e a inspirar-nos...

 

- En esta foto los parecemos mas fotogenicas? Bueno...

 

Ontem foi dia de conhecermos a Patri de Madrid. Um convívio à portuguesa.

 

"São franziu a testa. - Vocês veem-me? - Perguntou aos seres da natureza. - Sim. Nós conseguimos ver-te. Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão impreparada que não possas ainda ser como nós. Sabes, os humanos, muitas vezes estão cansados e aborrecidos com a vida, como muitos já estivemos, e esquecem-se de agradecer e compreender. Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos. Se tu te reconheceres na tua bondade, tens muitas razões para seres feliz neste presente diferente e podes continuar a ajudar e a zelar por outros. Tens que ter um renovado amor próprio, sim, mesmo nesta tua nova dimensão, porque continuam a chegar aqui os dissabores causados pelos outros... A primeira vez que te vimos, há umas quantas semanas, percebemos: "É alguém que precisa de uma mãozinha...!»

 

«O perfume do café moído enchia o ar naquele espaço onde se podia imaginar um gato ou outro a arquear a espinha, bem nutrido e a fazer rom-rom ao colo de algum associado sentado em descanso a assistir a um treino descontraído de ténis.»

 

- Olha, assim de repente, eu vejo muito azul cheio de nuvens no meu olhar e um planeta com livros de vários tamanhos e um monte de couves coração nos mercados ao ar livre.

 

                                 O rapaz-azul/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/25x25

- Como é que te vês?

 

Há sempre lugar para a nossa única condição de aprendizes da vida...

 

«Somos a vida expressa em todos os seres.» HPB

 

«Criou asas, ainda que não pudesse voar. Havia em São uma admirável capacidade de entusiasmo pelo mistério da existência que iria arrastá-la para o sobrehumano. Antes, todos os seus passos deixavam um rasto de autosuficiência... Mas como veículo do sobrenatural, ela sentia-se vulnerável. Depois que o seu corpo físico, numa fase final, quase asceta, foi levado pelo inverno da vida, o seu descanso não era muito porque a sua energia era necessária para ajudar, como intermediária, e num sereno êxtase espiritual, também aqueles que a não esqueciam e lhe dedicavam nobres pensamentos e sentimentos.»

 

- Olá. Eu sei: és um candeeiro antigo com história e já deste muito de ti! Claro que sim. E que mesmo assim ainda consegues, nessa simplicidade, continuar a encantar cada transeunte que passa com a tua graça, elevação e verticalidade. És uma espécie madura com design antiquado de certa inteligência artificial, aprendiz noturno do mestre Estrela. Descontinuado??

 

Fastread poetry

 Onde estás, pensamento?

Sou aquele grãozinho de areia

acolhido no colo da concha

pequenina embarcação

também traída pela fome

firme como é, terra e mar

berço da amizade livre.

O ar espesso de frio degladia-se com a luz fraca do dia e só os torrões da terra e os braços expressivos das árvores se deixam embalar pelo abraço gélido do amigo Inverno. Que fresca amizade inesquecível!

 

Quando nascemos e crescemos num bairro como este de Alcântara e, por motivos diversos, revisitamo-lo mais tarde, talvez com mais tempo ou disponibilidade emocional para o observar com atenção, percebemos que ficaram alguns curiosos recantos e chãos por pisar, veranear e desfrutar...já para não falar das inesperadas mudanças ou inovações...

 

«...e adiantou-se pelo mar revolto adentro, olhando os outros pescadores agitados com grande profusão de guinchos e de urros; as palavras saíam-lhe como pelo impulso de salvar os outros, o pescado e ao barco, esquecendo a sua própria vida que já estava a perder-se, não fosse...»

«Era dia já e pesava nessa tarde uma luz fria e suave. Havia na brisa uma massa de ar polar que fazia marulhar as quase gélidas águas empoçadas daquele fértil afluente do Tejo, cheio de vida discreta nos lodos e bela nos voos invejáveis das gaivotas e das aves de arribação.»

 

- Ando às folhas...- disse Tiago com aquela voz fresca e desembaraçada de uma criança de quatro anos, ao debruçar-se no pequeno tanque do repuxo do Parque da Paz. Estava um dia frio e luminoso, mas tal não impediu o petiz de se entusiasmar com aquela simples atividade de pôr a flutuar bonitas folhas secas recortadas de plátanos caídas no chão do parque e pô-las a flutuar como se fossem barquinhos a navegar ao acaso. - Avó, porque é que não vão ao fundo? - Porque são levezinhas e impermeáveis - e sorriu-lhe. Tiago foi buscar um pequeno ramo seco para com ele testar a resistência das folhas ao seu afundamento. Tiago estava impressionado: por muito que empurrasse as folhas para o fundo do pequeno tanque, estas, a seu tempo, voltavam à superfície da água. - E se fossem maiores e mais pesadas, avó?

 

Deixa esses valores no areal e vem soltar a luz do teu olhar no azul espumoso perfumado que parece espraiar-se no céu saudoso de sonhadores...

 

Fastread poetry

 Vamos inserir no sistema o nosso olhar azul

sem essa inteligência artificial naturalmente

de que tanto se fala nessa sala e sadicamente 

azulando a vontade natural de estar presente

no presente talvez com algum presente sadio.

Quando a maré é baixa, alta deve ser a vontade de lermos as qualidades da nossa pequenina embarcação para voltarmos a navegar, se possível, em segurança...

 

- A vida é uma viagem - se bem me lembro, era mais ou menos assim que Mário Dionísio iniciava cada ano letivo na FLL. 2024 é uma viagem. O tempo é uma viagem. Tudo é uma viagem...