- Sim…
- Para quê tanta pressa de viver se vamos morrer?
- Há quem pense ao contrário: se vamos morrer, tenho que me despachar!
- Despachar para quê?
- Olha, por exemplo, para o ato criativo. Criar febrilmente. Fernando Pessoa, Van Gogh…
- Sentes essa febre de criar?
- Sinto. Preciso de introduzir a 'festa' no meu dia-a-dia. Rolland Barthes, O Prazer do Texto, por exemplo.
- Mas és compulsivo a criar, mesmo?
- Confesso que sou compulsivo a criar.
- Mas foste sempre assim?
- Eu acho que não. Sempre me senti um pouco incomodado pela monotonia, mas acho que tive alguns, o que costumamos chamar, 'insights'. Ou seja, a minha consciência alargou-se, expandiu e passei a viver e a olhar a vida de uma forma mais intensa, talvez mais profunda.
- Quer dizer que acreditas no ato criativo?
- Porquê, tu não acreditas? É discutível, sim. Estive a reler O Canto do Cisne no Retorno do Eu ao Ato da Escrita. Fala também sobre isso. Eu sou muito intuitivo, mas também gosto de usar o intelecto. A minha mãe dizia que era, de quando em quando, clarividente. Mas, muito sinceramente, acho que não sou. Ou deixei de ser.
- Pois...a clarividência é outro assunto que, para mim, é muito discutível. Por isso, não faço questão de falarmos hoje sobre isso. Não te importas?
Queres pensar comigo? Rosa Maria Duarte Óleo s/tela 55x46 |
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