O dia estava bonito. Sol, céu azul, uma brisa leve, pouca gente na rua, tempo de férias.
Não era agosto. Dezembro. 27 de dezembro de 2019. Um clima fora de época em Portugal. Um tempo fora de portas com sabor a restos de calendário.
Circulava-se. Pelo menos em certas zonas metropolitanas. O Natal já aliviara a corrida ao comércio e aos enfeites. Agora o que fazer para terminar o ano em beleza? Não há beleza nas dívidas. Gestos por corresponder. Palavras por explicar. Sorrisos por embrulhar. Sentimentos por dividir.
Pagar as últimas dívidas, fazer planos, fazer balanços.
No quarto sentia-se o apelo de uns momentos para recordar.
O escuro do quarto estava tomado de assalto por um sol de inverno brilhante.
O que pensar num quarto escuro invadido por uma estrela diurna?
É tempo de refletir sobre o tempo vivido. É tempo de viver o tempo por viver. Se possível, com poesia.
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