sexta-feira, 3 de maio de 2024

Fastread poetry

O tempo nem sempre tem pressa

às vezes parece adormecido

no colo de um ponteiro preguiçoso

esquecido de mexer o traseiro.

 

Porque gostas tempo vir de mansinho

tocar no olhar na pele no azulejo

criar linhas desenhar com ervas

o pensamento amadurecido

e penumbrar o corpo a findar?


quarta-feira, 1 de maio de 2024

Fastread poetry

 Estamos em espera...

há quanto tempo?

a paz aguarda numa esplanada

acossada pelo frio da serra alta

há nuvens soltas no chão

não conseguem chegar ao céu

alguém chove pingos de lágrimas

e continuamos em espera

mais um primeiro de maio

juntos de bandeiras na mão

a paz é paciente coitada

mas a humanidade já não...


segunda-feira, 29 de abril de 2024

Fastread poetry

No cimo de um pensamento daqueles furtivos

silenciosos como tigres de jardim

olhamos o tempo que passou aflitos

porque lentos são o crescimento 

e o discernimento

e o contentamento por mais um dia

porque afinal somos gratos

pelo olhar da nossa criança

nesta fonte de vida.




segunda-feira, 22 de abril de 2024

Que mundo queremos? (balanço nos 50 do 25)

 

                           50 anos do 25 de abril/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/34x40


sábado, 20 de abril de 2024

Fastread poetry

Vermelho de flor 

fruto morango

papoila de campo 

solta a bailar

sabe a natureza 

popular suculenta

perfumada no gostar 

no seu telúrico abraçar

amiga do vento 

quase maresia

e dos cravos de abril 

senhora a sorrir 

crente no parto 

do verso

revolução

sempre primaveril.

 





domingo, 14 de abril de 2024

Fastread poetry

 Quem és tu

 insustentável 

leveza do teu ser?

Deixa...deixa-te ser...receber

aprende a sentir essa proximidade

a levantar um pouco o olhar

na luz a unir o azul

no ar branco amarelo carmim

pouco a pouco a seres tu 

pouco a pouco a seres nós

chão e céu  braço e tronco

ramo acariciado pelo vento

corpos livres num só sem a dor

união solar constelação

alta bandeira do equador

corpo vestido e longo 

idade inscrita seguinte

no mapa vertical do futuro

quinas beijos bordados a nuvens.



segunda-feira, 1 de abril de 2024

Fastread poetry

 Se há barcos dentro de ti

a ondear-te o olhar da manhã

deixa-os navegar no colo

das águas das tuas incertezas.

De ti nascem pequenos barcos 

com terra raízes sentimentos

flores vadias nas tábuas apodrecidas

secas p'lo medo as inseguranças...

Leva-os contigo à margem jovem do rio

banha-os na esperança de um novo azul

céu-mar livre-casa a linha do horizonte.