quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

jornalismo na escola

   RLG REPORTAGEM

Na escola secundária Professor Ruy Luís Gomes, no Laranjeiro, foi criada uma equipa de jornalismo, a RLG Reportagem, a qual dinamizo.

A proposta desta equipa é ajudar a alimentar a página da escola com as últimas novidades que conseguimos cobrir ou com informações que recebemos. Com a colaboração especial de um grupo de alunos do 3º ciclo e do ensino secundário (e do administrador que as publica), divulgamos regularmente notícias e outros textos jornalísticos, que têm logotipo próprio.

Assim, na opção jornal digital na banda esquerda da página da escola Professor Ruy Luís Gomes aparecem as notícias já publicadas.

   Porque não visitá-la?

http://es23.ruyluisgomes.org/

   O meu obrigado.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

a batuta do olhar: crónica de opinião publicada no «Setúbal na Rede»

http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=20777a batuta do olhar: crónica de opinião publicada no «Setúbal na Rede»: Dia Mundial da Paz Desde 1968 que se celebra o primeiro de janeiro como o dia mundial da Paz. Foi instituído por um papa, o Papa Paulo V...

crónica de opinião publicada no «Setúbal na Rede»

Dia Mundial da Paz

Desde 1968 que se celebra o primeiro de janeiro como o dia mundial da Paz. Foi instituído por um papa, o Papa Paulo VI, e a sua intenção era alargar a comemoração a toda a sociedade das nações, religiosas e não religiosas. E parece que tal acontece.

A mensagem de Paz a partir da praça de São Pedro, em Roma, é habitual, mas este ano foi ouvida com particular ânimo porque o mais recente Papa, o Francisco I, no seu ainda curto papado, tem marcado a diferença na sua forma de pensar e agir. Para muitos, é já a personalidade do ano. Nesta era conturbada, um bom líder, ainda que religioso, ou porque é religioso, torna-se vital para o recobro das mais difíceis enfermidades humanas: discriminações, pobreza extrema, corrupção, perda de valores, terrorismo.
 
Há dias, fizeram-se alguns debates televisivos sobre o estado de guerra, o discurso de guerra e a ação de guerra em que o mundo se encontra. Recordou-se o exemplo de Nelson Mandela, até pelas exéquias fúnebres recentes. Não sei se em muitos mais eventos do Novo Ano se refletiu sobre a Paz, ou melhor, sobre a falta dela.
 
Assim, em cada novo ano civil, desde há quarenta e cinco anos a esta parte, é costume o Papa eleito escolher um tema específico para o seu discurso comemorativo do dia da Paz. Seria curioso consultá-los. Este ano o tema foi: Fraternidade, fundamento e caminho para a Paz. Aborda a ideia da educação para a Paz como caminho para a Fraternidade. A educação está subjacente a quase todos, ao longo destes anos. Quais têm sido os seus efeitos?
 
Se pensarmos sobre o conceito de educação, teoricamente definido como o processo que visa o desenvolvimento integral do homem, compreendemos que é um processo que implica não só o indivíduo, pelo seu esperado crescimento na responsabilidade e participação, mas naturalmente compromete o coletivo na sua ação.
 
A educação para a cidadania, parte pedagógica importante, deve encarar a temática da Paz sem mitos, sem mentiras, a favor do respeito, pela liberdade e pelo reconhecimento da ordem social regulada por leis, naturalmente com o direito à diferença.
 
Presentemente, a estrutura sociopolítica encara como prioritárias as atividades didáticas que determinam os resultados nos exames nacionais e nos rankings do sucesso académico. Nem que estes fossem, de facto, o garante da integração dos jovens no mundo do trabalho, não seriam bastantes para uma educação integral.
 
Em consciência, sabemos que o sucesso da educação só é verdadeiramente alcançado, quando é acompanhado de uma alfabetização cívica, cuja aprendizagem do bem comum é estruturante da autoconfiança e da integração social, desde os primeiros anos de existência como pessoas.
 
Educar para a Paz e para a Liberdade significa combinar o exercício de autoridade com uma grande disposição integradora e ética do educador, segundo normas compreendidas e aceites por qualquer grupo. Exercício esse que não pode restringir-se ao ambiente escolar, mas envolver toda a sociedade, nas inúmeras áreas sociais e políticas determinantes.
 
Assim, a participação escolar e social de todos os intervenientes não pode ser meramente formal. Deve ser estimulada pelos seus agentes e ter conteúdos reais para não cair na descrença e no fracasso, sabendo que, por exemplo, construir a paz não diz respeito apenas ao desarmamento e que há formas menos evidentes de violência que perpassam inúmeras situações do quotidiano, como são as agressões ecológicas, o consumismo desenfreado que atinge níveis de violência que levam à "pobreza a crédito", as múltiplas formas de discriminação, entre outras. Só pela ação transformadora da consciência social é possível mudar a mentalidade atual condicionada pelo mundo material, tornando possível a atitude concertada de comunhão num estado livre.
 
A educação para a cidadania, quase preterida nos currículos escolares, ao ser secundarizada compromete a aprendizagem dos direitos e deveres, o respeito pelo património, a cultura de paz, os direitos humanos, a diversidade social, a economia, a sexualidade, a democracia.
 
A participação dos educadores na procura de formas negociadas de resolução de conflitos educa para a tolerância e para a compreensão das condutas sociais que são práticas não violentas de convivência. O exercício de escuta (mas não de escutas, entenda-se) favorece a comunicação e a sinceridade, bem como o respetivo treino da capacidade de expor e argumentar e, naturalmente, a capacidade de ouvir os outros e de falar de si mesmo. A disponibilidade para ouvir os alunos é importante para os ajudar a construir as diferentes dimensões da sua pessoa.
 
Porque não podemos ou não devemos separar a instituição-escola da vida social, a atenção crítica deve dirigir-se para as novas realidades sociais.
 
É característica importante do terrorismo e da manipulação a forte capacidade de gerar intensos estados emocionais, tanto de afirmação como de divisão, especialmente entre a população potencialmente sofredora ou influenciada por aquele. Com efeito, em tempos de incertezas, de mudanças rápidas, os fundamentalismos parecem oferecer um tipo de segurança que é apreciada por muitas pessoas, sobretudo as que se encontram em zonas de exclusão social, algumas em situação de extrema pobreza e falta de perspetivas de futuro. São tempos de incertezas nos quais a retórica habilidosa pode desencadear um bem-estar psicológico perigoso, quando se perdeu o bem-estar material e social.
 
Por isso, a palavra educar é o principal verbo de Paz, que deve ser aplicado e reaprendido as vezes que forem precisas por todos nós, alunos-educadores que todos somos, para sermos os melhores nos rankings da escola da vida, que é pública porque é verdadeiramente irrevogável. 


Rosa Duarte - 08-01-2014 09:37