domingo, 28 de fevereiro de 2016

Não só de pão vive o Homem...vivem também outros bichos.

O pão é o alimento mais consumido pelo Homem.

É também o mais filosófico, religioso e poético. Até, se quisermos, o mais brejeiro...

De regiões, formatos e cereais variados, o pão é regime alimentar, com moderação claro!


 Por isso, não se recusa umas migalhas a ninguém...nem aos mais peixinhos...lindinhos e glutões como os do Vasco da Gama. Sempre uma expansão marinha de apetite!


O Pão
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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sábado, 27 de fevereiro de 2016

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

"Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce" (Papa Francisco).

Felicito todos os que gostam de contemplar a beleza única de cada árvore.

Fixas na terra, as árvores representam os 4 elementos que compõem o nosso planeta: o ar oxigenado, o orvalho da manhã e a luz que por entre os seus ramos anunciam o amanhecer. 
São expressivas no seu corpo de seiva e suaves no rumorejar. De uma verticalidade feliz, às vezes carente ou decaída. 
Cada árvore é um lar e uma grande companhia!
A Árvore
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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 'Uma árvore que cai faz mais barulho do que uma floresta que cresce' (O papa Francisco)

Dedicatória a Luís Sepúlveda:

Obrigado pelas suas histórias para crianças jovens e crescidas sobre o mar e a terra, povoados de animais inteligentes e solidários;

pelo seu olhar atento e crítico sobre o mundo e os seus insondáveis sentimentos;


pela presença viva das personagens que visitam as salas de aula das escolas de todo o mundo;

e pela dedicatória (também) ao amigo Zorbas (que os meus alunos gostariam de conhecer...).



Adeus Ditosa.



terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

As cores no fado do tempo.

O Fado do Tempo
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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Momentos desenhados pelo agradecimento da vida...

...quando o tempo dedilha o silêncio.

E o choro é o primeiro canto de vida...


Obrigado, mãe
Lisboa
21/02/2016

                                 

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Fado das podas lindas.

Hoje foi dia do nosso Artur fazer a poda à videira. Já é tradição reverenciada, mais que uma obrigação. Este ano ainda não tinha calhado, mas já tardava... Um fado de podas lindas todos os calendários. Com um engenheiro jeitoso à cabeça para todo o serviço.

Enquanto tal, eu tentava alcançar umas tangerinas bailarinas sumarentas e doces meia a dançar num banco de cozinha. Pois é, à chinchada...

E o Manel entretinha-se a recolher as laranjas mais rabugentas tombadas junto à velha laranjeira, grande amiga da vitamina C...


Eis que senão quando a trovoada e a nuvem negra por cima da nossa cabeça chamaram a chuva e uma forte saraivada, um espetáculo digno de se ver! É nós, toca a saltar para o pátio coberto para apreciar o efeito da quantidade de pedacinhos de gelos saltitantes por todo o quintal! Ganizo, q.b.. A Natureza nas suas determinações inquestionáveis. As árvores, algumas ainda despidas, pareciam mais brilhantes de agradecimento.

Mas atenção que em Grândola a prima já se anuncia: as andorinhas já chilreiam e as flores mostram os seus encantos! Flores dignas do mais belo ramo de casamento entre o céu e a terra, em abraço constante na linha do horizonte.

Bom domingo.

Casa da Cerca
Almada
2015

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Que não separe o homem o que o fado une.

Meus amigos,

Mais um pretexto de fado para nos juntarmos.

Venham conhecer o novo trabalho.
Guitarra
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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Apresentação do 3º CD fado n' «A Muralha» dia 2 de março às 17h30


«Words and Pictures». Um gesto de apreço a Juliette Binoche.





ESCREVER

Formatos de páginas em branco
Intermitentes   a fina contraluz
Convidam-te ao manso devaneio
Centeio de searas em emoção.
Compasso em quase nada estudado.
Reflexo metáfora  imagem viva conduz
Letra e letra em palavra-parto revelada
Paraísos naturais descontados
Nos anais divinos desfolhados.

Rosa Maria Duarte

19 de fev de 2016

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

sábado, 13 de fevereiro de 2016

"Não me chamem nomes, por favor."

O POBRE DO DIRETOR DE TURMA

Desculpem-me o título, mas este é um assunto há anos em cima da mesa: quem foi ou é diretor de turma, penso que sabe muito bem do que estou a falar.
Até porque seria curioso apurar a percentagem dos professores que, no largo universo dos docentes, atualmente se oferecem para esta função de diretor de turma (a própria designação do cargo soa quase a ironia, pobre subalterno…). Claro que não falo dos colegas contratados, que são D.T. por fatalidade do destino.
É pena que assim seja. Um cargo mal-amado. Porque o D.T. é um agente educativo essencial para o sucesso de cada turma e da escola em geral. Mas para isso é preciso que seja devidamente compreendido e apoiado.
Eu gosto da relação D.T./turma e também D.T./família, D.T./escola. Mas o papel do D.T. não é de mérito (ou desmérito) individual. O bom D.T. não o é em nome individual. Tem gente à sua volta que deve conhecer as suas limitações humanas e o apoia, sem pressões. Quem se propõe educar, deve saber estabelecer diálogo produtivo, sem insultos ou acusações.
O funcionamento da sua equipa assenta em razões estritamente profissionais, porque o sucesso e o bem-estar dos alunos nessa «família escolar» é o grande objetivo. Importante é também ter a consciência de que o D.T. não é o todo-poderoso com soluções para todas as dificuldades, dentro e fora da sua sala de aula e das outras, mas um simples colega atarefado que procura estabelecer assiduamente a ponte entre a escola e a família.
O D.T. é um pobre coitado que apanha de todos os lados. E as míseras duas horas semanais têm que chegar para fazer milagres: atender pessoal ou telefonicamente os encarregados de educação (para os ouvir e dar-lhes conta do comportamento e aproveitamento dos educandos, das faltas de presença, de atraso, de material e disciplinares, para os mesmos assinarem os PAPI, as participações de ocorrências, entre outros); fazer o levantamento semanal das faltas, ponderar da sua justificação, contá-las em função dos limites permitidos. E ainda fazer uma listagem das ocorrências disciplinares a cada disciplina para instruir processos disciplinares…marcar reuniões…moderar conflitos…
O respeito e a autoridade é um direito e um dever do Conselho de Turma, que é representado pelo Diretor de Turma. Se este for soterrado em participações de ocorrência disciplinar, é sabido que será menor a sua capacidade de resposta. Os próprios castigos adiados perdem a sua função pedagógica.
Todos somos profissionais e amigos do sucesso da escola.
E fazemos parte da missão difícil de mediação deste sujeitinho armado em paternal, muito carente de compreensão, com quem todos desabafam as suas impaciências e reiteradas indignações.
Até mete dó!

                                                     Rosa Maria Duarte
                                              13 de fevereiro de 2016

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

"O que é que eu tenho de importante que justifica a tua atenção?"

Queres saber onde estou? Acho que nem sei bem. Algures no meio de fios grossos de chuva. Mal reconheço as vidraças das traseiras da nossa morada. 
Já entraste em casa, não foi?

Olha, eu estaquei um pouco aqui saborosamente à chuva para apreciar o que se vê do lado de fora da nossa janela e o seu interior. Boa guitarra aquela da parede. Tem colorido vozes amigas no seu dedilhado.

Sei que já chega, que estou a ficar encharcada. Vou só aproximar um pouco mais o olhar.
Ainda aí estás?

Ah como deve estar quentinho aí dentro!!
A Chuva na Vidraça
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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Vês, não há excesso de auto-estima. A estima, mesmo a própria, nunca é demais para os outros.

Peso da Régua
2015



POEMA À CRIANÇA QUE HÁ NÓS

Criança
Sê feliz em todas as palavras grossas de comoção.
Solta o sorriso, não tenhas medo de existir.
Nas grandes bocas há ecos esquecidos de denso ruido
Que para ti desaguam em mansos feixes de luz
Na praia do teu olhar de ternura.


Infante
Corre para a vida, ainda que possas roçar o chão.
Esforça os joelhos, as mãos e talvez um pouco do coração.
Porque as ondas que oferecem as pedras aguçadas
Trazem também cristais polidos pelo iodo perfumado
E conchas reluzentes na areia onde aprendes,
Sem medo, a palavra BELEZA.

Rosa Maria Duarte
12 de fev 2016


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Eu ajudo os alunos, respeito os colegas e estou sempre disponível para acompanhar as famílias.

Educar para transformar.

Eu acredito na Educação. Ensino e aprendo com os meus alunos. Sou professora, teósofa, artista, investigadora. 

E sou teósofa porque acredito que não há nada nem ninguém superior à Verdade. A nossa memória às vezes não é integralmente fiel, mas um teósofo é alguém que trabalha sempre em prol da Verdade. 
Estudo, estimo e procuro as boas atitudes, embora saiba que haja sempre quem nos queira magoar ou desmerecer...mas a verdade é sempre vencedora.

Também fui professora e coordenadora da disciplina de Desenvolvimento Pessoal e Social na escola da altura, o que me tem sido mais um acréscimo útil na minha vida profissional e social.

Aprender não ocupa lugar.

Obrigado pelo vosso carinho.
Crónica de Opinião publicada no «Diário da Região»
Rosa Maria Duarte
11 de fev. de 2016



SER PROFESSOR
Este tema tem sido muito debatido, mas nunca o será suficientemente para os que o pensam diariamente. Simplesmente, porque é tão dinâmico como o ser humano, logo sempre com matéria de reflexão em atualização e ponderadas reformulações.
Hoje estou aqui mais uma vez a pensar nele num determinado sentido, com a ajuda da escrita, e estou a transpô-lo para este suporte com algo que me move a mente e a alma, aqueles lugares que albergam o que nos é mais significativo.
Gosto de ser professora. Já o tenho dito. Até porque há um instinto maternal nesse exercício. O que não deixa de ser inevitável que nesse percurso pensemos que já demos o suficiente. Que talvez seja a altura dar o lugar a outros que também o saberão ou aprenderão a desempenhar.
Depois de tantos anos, eu sei que ainda não dei o suficiente a esta profissão, embora já tenha dado muito.
A questão é que ser professor é uma prática pedagógica muito exigente que implica um sentido democrático tanto quanto possível afinado e consciente no vasto universo da prática da docência: desde a coordenação de cada grupo em sala de aula, até ao exercício que se estende aos colegas e ao espaço geral da escola, espaço esse que por sua vez se liga às famílias e a toda a comunidade educativa.
É um desafio diário que nos obriga a criar prioridades educativas e sociais. A saber como gerir situações de conflito aluno-aluno, aluno-professor, professor-professor, aluno-escola, ou outras, sem beliscar o primado da sua profissão: educar os alunos.
Em todas as profissões, como em todas as agremiações, associações, comunidades, há códigos de honra. Códigos que têm que ser reforçados por outros translaborais que regulam todos os coletivos democráticos do planeta que são os valores universais, como o respeito e a lealdade pelos seus pares. Não é possível um entendimento grupal se não forem respeitados os princípios básicos que orientam os indivíduos de uma empresa, de uma escola, de uma organização ou outro coletivo que se comprometem a dar prossecução séria aos objetivos do seu trabalho.
Os professores devem lealdade aos seus alunos, aos seus colegas, às famílias, à entidade empregadora e à sociedade em geral. Mas também merecem ou devem merecer as atitudes mínimas necessárias para a prática da dignificação do seu contributo como docentes.

Qualquer dúvida de natureza pedagógica ou relacional deve ser tanto quanto possível esclarecida, sem demais prejuízos, por quem despende tantas horas da sua vida a estudar as melhores estratégias para preparar os outros para os desafios das sociedades das nações, em constante reclamação e convulsão.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

fados maduros

Reluzentes, as guitarras doiram as árvores até ao parto clamoroso do sentimento prenhe de encantamento sonoroso do poeta fadista.

fados maduros
Rosa Maria Duarte
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