- Para é que te servem as redes sociais?
- Bem, pelo menos, para limpar o ecrã com o dedo e enviar sorrisos banais😯💬.
- :(
quinta-feira, 31 de agosto de 2017
A anedota da Anne Bota
A nossa cebola
Nós somos uma cebola.
Às vezes uma bela cebola.
Às vezes uma grande cebola.
Outras, uma cebola cebolinha.
Para além de roupa, com casca
temos casca mais casca e mais casca
que nos faz fazer beicinho choramingar
mas o seu interior é de qualidade, é
porque o é, claro; e ainda chorosos
vamos saboreando o prazer da vida
o paladar mais genuíno da comida
uma boa cebolinha, quem nós somos
quando nos libertamos das tantas falsas
cascas que vamos ganhando perdendo
ao nascermos ainda não sendo senhores
nos identificam e modificam o ser.
Choramos que nem uns doidos
com tanta casca a sair e a teimar
numa vida chorada a vestir e a despir
até um dia, de pé alguns outros de nós
sentimos o frémito da vida na nua pele
às vezes a menina com que nascemos
e reconhecemos o eu genuíno renascido
para reaprender a divina palavra amor.
Choramos calamos percebemos
as cascas que nos põem sem cortesia
mexem e remexem na vida sumos
tiram e acrescentam forjadas manias
e quem é o quê não é fácil distinguir
nem quem mexe nem quem sofre o quê
os devaneios do mundo subserviente.
A nossa cebola é da terra e da lua
tem um coração sensível com raizes
sonha com o perfume da alegria azul
de um céu maior com casas de luz
beijos em estrela refletidos no mar
marinheiros fadistas modistas da dor.
Às vezes uma bela cebola.
Às vezes uma grande cebola.
Outras, uma cebola cebolinha.
Para além de roupa, com casca
temos casca mais casca e mais casca
que nos faz fazer beicinho choramingar
mas o seu interior é de qualidade, é
porque o é, claro; e ainda chorosos
vamos saboreando o prazer da vida
o paladar mais genuíno da comida
uma boa cebolinha, quem nós somos
quando nos libertamos das tantas falsas
cascas que vamos ganhando perdendo
ao nascermos ainda não sendo senhores
nos identificam e modificam o ser.
Choramos que nem uns doidos
com tanta casca a sair e a teimar
numa vida chorada a vestir e a despir
até um dia, de pé alguns outros de nós
sentimos o frémito da vida na nua pele
às vezes a menina com que nascemos
e reconhecemos o eu genuíno renascido
para reaprender a divina palavra amor.
Choramos calamos percebemos
as cascas que nos põem sem cortesia
mexem e remexem na vida sumos
tiram e acrescentam forjadas manias
e quem é o quê não é fácil distinguir
nem quem mexe nem quem sofre o quê
os devaneios do mundo subserviente.
A nossa cebola é da terra e da lua
tem um coração sensível com raizes
sonha com o perfume da alegria azul
de um céu maior com casas de luz
beijos em estrela refletidos no mar
marinheiros fadistas modistas da dor.
Rosa Maria Duarte
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
Fernando Pessoa anónimo.
terça-feira, 29 de agosto de 2017
A anedota da Anne Bota
- As pessoas, em geral, são muito boas a falar. O pior é fazerem o que dizem aos outros para fazer.
- Essa piada é para mim?
- Sim, também é. Hoje fala-se em depressões sazonais... E tu aconselhas atitudes meditativas, descontraídas, contemplativas... E sobre a alimentação...?
- Eu só quando vou às feiras é que como uma bifanita!!
- Ah! Andas a aconselhar legumes e comes grelhadas mistas??
- Mistas, mas de pimentos...
- Essa piada é para mim?
- Sim, também é. Hoje fala-se em depressões sazonais... E tu aconselhas atitudes meditativas, descontraídas, contemplativas... E sobre a alimentação...?
- Eu só quando vou às feiras é que como uma bifanita!!
- Ah! Andas a aconselhar legumes e comes grelhadas mistas??
- Mistas, mas de pimentos...
Como saltar os parágrafos mais chatos da nossa narrativa?
Nós subvalorizamos a nossa narrativa. Não falo do ego individual que habitualmente não gosta de passar despercebido. E que cada um deles tem a sua maneira própria de se fazer valer (recomendam-se estratégias saudáveis e sociáveis).
Quando digo que desvalorizamos a nossa experiência de vida refiro-me, não só mas também, aos pequenos-grandes instantes de contemplação que não acarinhamos, pelas mais diversas razões (qual delas a mais legítima).
Refiro-me, por exemplo, a um olhar mais atento, a um gesto mais concentrado, a um respirar mais atento e apreciado....
segunda-feira, 28 de agosto de 2017
Porque é que há quem defenda que devemos diariamente esvaziar a mente?
Porque é o princípio da meditação. É a capacidade de ouvir a voz do silêncio interior.
É aquietar a mente para poder focar a atenção.
Estar presente em cada momento do dia-a-dia.
Libertar a mente (e possíveis estados de ansiedade e inquietação).
E assim recobrar energia (que é tão necessária para pôr ao serviço cada competência individual).
Há palavras que nos atiram para o ringue da fantasia.
Gostamos de falar. Gostamos de pensar que pensamos.
Gostamos de pensar que todos os pensamentos que elegemos
são partilháveis, são nossos e por isso são muito válidos.
São pensamentos provavelmente únicos e inéditos e bons
devem ser considerados e aplicados e assim o mundo mudará
para melhor porque trazem a novidade de melhores ideias.
Gostamos de falar com argumentos que pensamos que a mente
criou porque é inteligente e crítica e criativa e compassiva
e visionária para a nossa vida e a vida de todos os seres viventes.
Gostamos de falar com ideias próprias, percebendo entretanto
que alguns têm pensamentos comuns e não acontecem ao acaso
temos autores comuns preocupações comuns frases recorrentes
citações elucidativas repetições convincentes manobras verbais
incrustadas na nossa mente que nos ajudam a ser mais sociais
quiçá mais felizes ainda que menos únicos e intransmissíveis.
Gostamos de pensar que há pessoas que gostam de fazer pensar.
Gostamos de pensar que somos daqueles que ajudam a pensar.
Gostamos de pensar que não obrigamos ninguém a pensar igual.
Gostamos de pensar que não calamos ninguém compulsivamente.
Gostamos de pensar que somos todos livres e bons pensadores.
Mas...
Há palavras que nos atiram para o ringue da fantasia, mais a ti que
a mim.
Gostamos de pensar que todos os pensamentos que elegemos
são partilháveis, são nossos e por isso são muito válidos.
São pensamentos provavelmente únicos e inéditos e bons
devem ser considerados e aplicados e assim o mundo mudará
para melhor porque trazem a novidade de melhores ideias.
Gostamos de falar com argumentos que pensamos que a mente
criou porque é inteligente e crítica e criativa e compassiva
e visionária para a nossa vida e a vida de todos os seres viventes.
Gostamos de falar com ideias próprias, percebendo entretanto
que alguns têm pensamentos comuns e não acontecem ao acaso
temos autores comuns preocupações comuns frases recorrentes
citações elucidativas repetições convincentes manobras verbais
incrustadas na nossa mente que nos ajudam a ser mais sociais
quiçá mais felizes ainda que menos únicos e intransmissíveis.
Gostamos de pensar que há pessoas que gostam de fazer pensar.
Gostamos de pensar que somos daqueles que ajudam a pensar.
Gostamos de pensar que não obrigamos ninguém a pensar igual.
Gostamos de pensar que não calamos ninguém compulsivamente.
Gostamos de pensar que somos todos livres e bons pensadores.
Mas...
Há palavras que nos atiram para o ringue da fantasia, mais a ti que
a mim.
Rosa Maria Duarte
domingo, 27 de agosto de 2017
A anedota da Anne Bota
- Este ano foi demais! Não me lembro de ouvir tantas sirenes como este verão!
- E eu, depois de tanto investigar, nunca vi tantos fogos postos por pirilampos-dragões!
- E eu, depois de tanto investigar, nunca vi tantos fogos postos por pirilampos-dragões!
sábado, 26 de agosto de 2017
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