quinta-feira, 31 de agosto de 2017

:)? - :(!

- Para é que te servem as redes sociais?

- Bem, pelo menos, para limpar o ecrã com o dedo e enviar sorrisos banais😯💬.

- :(




A anedota da Anne Bota

- Nem queiras saber o que me aconteceu?

- Então?

- Assaltaram-me no 28.  

-Bolas, eu vim no 28. Espero nunca ser assaltado.

- No nº 28: casa de penhores.

A nossa cebola

Nós somos uma cebola.
Às vezes uma bela cebola.
Às vezes uma grande cebola.
Outras, uma cebola cebolinha.

Para além de roupa, com casca
temos casca mais casca e mais casca
que nos faz fazer beicinho choramingar
mas o seu interior é de qualidade, é
porque o é, claro; e ainda chorosos
vamos saboreando o prazer da vida
o paladar mais genuíno da comida
uma boa cebolinha, quem nós somos
quando nos libertamos das tantas falsas
cascas que vamos ganhando perdendo
ao nascermos ainda não sendo senhores
nos identificam e modificam o ser.

Choramos que nem uns doidos
com tanta casca a sair e a teimar
numa vida chorada a vestir e a despir
até um dia, de pé alguns outros de nós
sentimos o frémito da vida na nua pele 
às vezes a menina com que nascemos
e reconhecemos o eu genuíno renascido
para reaprender a divina palavra amor.

Choramos calamos percebemos
as cascas que nos põem sem cortesia
mexem e remexem na vida sumos
tiram e acrescentam forjadas manias
e quem é o quê não é fácil distinguir
nem quem mexe nem quem sofre o quê
os devaneios do mundo subserviente.

A nossa cebola é da terra e da lua
tem um coração sensível com raizes
sonha com o perfume da alegria azul
de um céu maior com casas de luz
beijos em estrela refletidos no mar
marinheiros fadistas modistas da dor.


Rosa Maria Duarte





quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Na boa-vai-ela vai-ele, merecidamente!

Na boa-vai-ela e vai-ele e mais uns quantos a caminho do rio, ansiosos por se refrescarem.





Fernando Pessoa anónimo.








Sabe bem ser simplesmente pessoa
Rosa Maria Duarte
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As medidas dos quadros em geral - aqui publicados - estão 90% corretas (não 100% para não ter que mexer nos quadros ainda pintados de fresco). Peço desculpa pelo incómodo.


Liberdade de ser não estúpido.



Ergue a tua música e oferece-a.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

A anedota da Anne Bota

- As pessoas, em geral, são muito boas a falar. O pior é fazerem o que dizem aos outros para fazer.

- Essa piada é para mim?

- Sim, também é. Hoje fala-se em depressões sazonais... E tu aconselhas atitudes meditativas, descontraídas, contemplativas... E sobre a alimentação...?


- Eu só quando vou às feiras é que como uma bifanita!!

- Ah! Andas a aconselhar legumes e comes grelhadas mistas??

- Mistas, mas de pimentos...



Como saltar os parágrafos mais chatos da nossa narrativa?

Nós subvalorizamos a nossa narrativa. Não falo do ego individual que habitualmente não gosta de passar despercebido. E que cada um deles tem a sua maneira própria de se fazer valer (recomendam-se estratégias saudáveis e sociáveis).

Quando digo que desvalorizamos a nossa experiência de vida refiro-me, não só mas também, aos pequenos-grandes instantes de contemplação que não acarinhamos, pelas mais diversas razões (qual delas a mais legítima).

Refiro-me, por exemplo, a um olhar mais atento, a um gesto mais concentrado, a um respirar mais atento e apreciado....




segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Porque é que há quem defenda que devemos diariamente esvaziar a mente?

Porque é o princípio da meditação. É a capacidade de ouvir a voz do silêncio interior.

É aquietar a mente para poder focar a atenção. 

Estar presente em cada momento do dia-a-dia.

Libertar a mente (e possíveis estados de ansiedade e inquietação).

E assim recobrar energia (que é tão necessária para pôr ao serviço cada competência individual).


Há palavras que nos atiram para o ringue da fantasia.

Gostamos de falar. Gostamos de pensar que pensamos.
Gostamos de pensar que todos os pensamentos que elegemos
são partilháveis, são nossos e por isso são muito válidos.
São pensamentos provavelmente únicos e inéditos e bons
devem ser considerados e aplicados e assim o mundo mudará
para melhor porque trazem a novidade de melhores ideias.

Gostamos de falar com argumentos que pensamos que a mente
criou porque é inteligente e crítica e criativa e compassiva
e visionária para a nossa vida e a vida de todos os seres viventes.

Gostamos de falar com ideias próprias, percebendo entretanto
que alguns têm pensamentos comuns e não acontecem ao acaso
temos autores comuns preocupações comuns frases recorrentes
citações elucidativas repetições convincentes manobras verbais
incrustadas na nossa mente que nos ajudam a ser mais sociais
quiçá mais felizes ainda que menos únicos e intransmissíveis.

Gostamos de pensar que há pessoas que gostam de fazer pensar.
Gostamos de pensar que somos daqueles que ajudam a pensar.
Gostamos de pensar que não obrigamos ninguém a pensar igual.
Gostamos de pensar que não calamos ninguém compulsivamente.
Gostamos de pensar que somos todos livres e bons pensadores.

Mas...
Há palavras que nos atiram para o ringue da fantasia, mais a ti que
                                                                                            a mim.


Rosa Maria Duarte


domingo, 27 de agosto de 2017

A anedota da Anne Bota

- Este ano foi demais! Não me lembro de ouvir tantas sirenes como este verão!

- E eu, depois de tanto investigar, nunca vi tantos fogos postos por pirilampos-dragões!




Ondulações no ser apenas mar de cor, espiritualidade na existência.
















Ondulações com fado~Rosa Maria Duarte
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