segunda-feira, 28 de outubro de 2013

letra de fado


       À BEIRA DO TEMPO

 

FADO: Pedro Rodrigues

LETRA: Rosa Maria  

 

Gente na proa do tempo

À beira do rio da vida

Ei-la fitando o momento.

 

Jovem casal consentido

Pálido som, despedida,

Carregam no sentimento.

 

Porque ateimas, meu amigo,

Não arrisques o teu sonho

Na tempestade maruja.

 

A família é o nosso berço

O trabalho o nosso fado

O amor forte destino.

 

Ergue-se o mar p'las redes

O vento engravida o tempo

E chovem tragos sem fim.

 

Indif’rente ao sofrimento

Beija de sal quem ficou

navega p'ró firmamento.

 

Olhos se acendem na noite

Corpos benzem-se de lua

Remos são cruzes de açoite.

 

Cant’á dor, moça de luto,

Lev’ó fado da saudade

Ao novo fruto de vida.
 
                               28 de outubro de 2013
                                      Rosa Maria


 

domingo, 20 de outubro de 2013

crónica publicada no «Setúbal na Rede»


PROJETO «JORNALISMO NA ESCOLA»

Na conjuntura atual, em que há demais cursos que não representam “um bom futuro”, creio que é legítima a pergunta: Será que o jornalismo continua a ser uma área de interesse escolar  para os alunos?

Que o jornalismo continua a ser a atividade especializada de grande relevo na sociedade moderna nesta era da Comunicação, é inquestionável. E que as novas ferramentas online têm engrossado a participação popular, mais ou menos espontânea, de cidadãos de diferentes idades mais interventivos, também é verdade, nomeadamente através das redes sociais.

Qual é então atualmente o papel formativo da escola na educação dos jovens para algum tipo de desempenho jornalístico com vista à sua participação social?

Não obstante me parecerem poucas as escolas secundárias nacionais com o curso profissional de Comunicação e Jornalismo, provavelmente (também) por causa da tal conjuntura do mercado atual de trabalho, muitas continuam sendo as atividades de jornalismo que as escolas desenvolvem.

Na minha escola, por exemplo, aceitámos, no ano letivo transato, o desafio de desenvolver algumas atividades no âmbito do projeto «Jornalismo na Escola» promovido por este jornal online Setúbal na Rede. Os alunos puderam publicar algumas notícias na respetiva secção. Aproveitámos ainda para assistir e participar em alguns debates mensais, organizar workshps moderados pelo presidente da direção deste jornal…

Falar de saudades da antiga composição feita à mão nas páginas de papel de um jornal, como se fazia tão artesanalmente nas escolas, soa a um analfabetismo informático indesejável. Apesar do convívio que tal implicava até às tantas da noite, como aconteceu com os primeiros números do jornal escolar O Celeiro da ex-escola secundária Moinho de Maré, é unânime o reconhecimento da qualidade, rapidez e outras potencialidades dadas pelas novas tecnologias à imprensa escrita. Online e em rede.

Como é hoje feita a aprendizagem curricular e extracurricular do jornalismo nas escolas secundárias?

Obviamente com o indispensável recurso às novas tecnologias e aos ainda manuais em livro, no âmbito de programa de Português, das TIC e de clubes ou projetos escolares. Os jornais em suporte papel, felizmente, ainda sobrevivem, mas o professor recorre à Internet para mostrar e trabalhar os conteúdos jornalísticos. Por curiosidade, traz alguns jornais para a sala que, por vezes, dispersam a atenção dos alunos. Que ainda são consultados com entusiasmo, é um facto.

Sabemos que a proliferação de meios e cadeias de comunicação massiva tem, muitas vezes, banalizado ou mesmo desautorizado o princípio da seriedade e da responsabilização individual e coletiva, o que só poderá ser efetivamente salvaguardado pelo natural processo educativo desde tenra idade.

Não basta ser-se um hábil utilizador ou técnico exímio das ferramentas eletrónicas. O seu devido uso implica inevitavelmente o conhecer e respeitar as regras do bom jornalismo e a ética implícita à privacidade de cada instituição e de cada indivíduo (nada de escutas, por ex.).

Por isso, a educação escolar para a atividade jornalística, ainda que possa não ter o estatuto de uma disciplina ou área especializada no desenho curricular das turmas do básico e secundário, continua a ser (ou a ter que ser) trabalhada regularmente no espaço escolar pelo seu papel didático insubstituível na formação das comunidades educativas.

Mesmo que o produto final não se apresente num formato convencional de jornal ou folha informativa, porque os hábitos de consumo dos diferentes públicos mudaram, os seus conteúdos jornalísticos poderão, por exemplo, integrar o corpo central da página eletrónica das escolas, como contamos venha a acontecer na nossa página da RLG.

O segredo está na vontade leal e no desempenho em equipa.
                                                                              15 de outubro de 2013
                                                                                   Rosa Duarte

 

terça-feira, 1 de outubro de 2013

a minha escola

Nós Somos o que Escrevemos

No ano letivo de 2012/2013, um grupo de alunos do ensino secundário produziu textos literários individuais, em prosa e poesia, que decidiu reunir numa coletânea eletrónica, no âmbito das atividades do departamento de Línguas. Intitula-se «Nós Somos o que Escrevemos». Pode conhecê-la aqui.
http://es23.ruyluisgomes.org/