sábado, 26 de março de 2016

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia Mundial da Poesia

A Poesia é uma ribeira de conversa com o silêncio do sentimento.

É árvore em liberdade que dança nos braços firmes do tempo.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Umas dicas para amanhã na Biblioteca José Saramago



  1. PIRES, José Cardoso, 1982. Balada da Praia dos Cães. 6ª ed.. Lisboa: O Jornal.(subtítulo: Dissertação sobre o crime)
  2. . Cadáver encontrado na Praia do Mastro (na zona do Cabo Espichel, Sesimbra) em 3 de abril de 1960 (há 56 atrás). A investigação começa a 7 de maio do mesmo ano.
  3. . Elias, o Covas, o inspector-geral, mora em Lisboa à Travessa da Sé: Vê “Fragatas , um cacilheiro de vaivém. A labareda gigante da Siderurgia lá longe na Outra banda e ali à mão rolas a arrolhar de papo em beirais pombalinos e gatos narcisos a lamberem-se ao sol” (pp.15/16) Tem “(…) uma unha do mindinho, o dedo que tudo adivinha…” (p.52) “(…) a unha rutilante…” (p.166)“Elias vai passar o dia em casa. Jantar, depois cinema, mas até lá tem a janela: alegria activa no Tejo, passeios ao Ginjal, gatos de telhado e um rádio a transmitir o relato de futebol, um vizinho em pijama a dar de comer ao pombal.” (p.100) “«Se queres agarrar o preso deixa o amor próprio em casa» era outra das suas regras.” (p.126) “Quando entra no táxi o corpo pede-lhe cama sem demora. Desliza ao arrepio da febre pelo nocturno mais triste da cidade, Intendente, Socorro, Rua dos Fanqueiros. Saber que vai ficar em casa amanhã inquieta-o, agora com a prisão do advogado tem de acelerar os interrogatórios de Mena: «Prepare-se, o doutor foi preso.»” (p.147) “Fica alapardado, na secretária. A digerir, a jiboiar.” (p.165) “ E enxotavam-no com os seus ares de incomodados como se ele tresandasse, apesar de distante e conformado.” (p. 200) “Elias esteve a tirar os alinhaves do processo, últimos acabamentos.” (p.206) “O chefe da brigada puxa da unha de estimação…” (p.209)
  4. . Casa da Vereda (onde se deu o crime): junto à estrada que vem de Mafra, junto ao Vale do Lourel (Algueirão, Mem Martins, Sintra) “Quem passa adivinha-a quando muito pela mancha breve da chaminé a espreitar entre as árvores” (p.21). “(…) uma vez abertas à luz aparecem cruzadas pelo trabalhosíssimo fio de aranha e por carreirinhos de formigas legionárias.” (p.22) “Agora o monte de jornais pode esperar, a traça já comeu o que tinha a comer e se calhar morreu envenenada com a prosa.” (p.22) Pássaros pontilhando a ramaria, o horizonte por cima da copa das árvores e entre o céu e a linha de água uma luzinha fria a caminhar para o crespúsculo”. (p.23) “(…) o morto voa a cavalo na alma e o assassino tropeça no medo.” (p.23) “Nas águas-furtadas tinha-os mesmo por cima e era um torpel às arrancadas, um cicar de lutas e copulações, resumia-se o viver dos ratos nos forros das casas de campo. Às vezes abriam silêncios, e não eram silêncios, eram esperas, pausas desconfiadas a sondar quem os escutava.” (p.158) “Ao fim da tarde naquela casa havia quase sempre um silêncio que fazia pensar nas piores coisas, acrescenta ela.” (p.159)
  5. . Mena: “(…) e era uma verdade, aquele corpo.” (p.28) “O padre lá dentro no lugar do morto e a amásia ao volante. O missal e a metralhadora como no nimas, pensa Elias Chefe que é homem de segundas matinées e de leituras de tabacaria.” (p.41) “Ela desde que é pessoa sabe que este país é de espertos e todo em moral que até chateia. Precisava mas era de ser pasteurizado com merda de ponta a ponta, que era como a Mena dizia. Escreva mesmo merda, qual é o mal, merda é um substantivo comum como outro qualquer.” (p.103) “Com a outra mão esmaga pensativamente o cigarro no prato de folha.” (p.153) “Boa, a cabrona. Boa como milho e sabe que é mas tem mais que fazer.” (p.155)
  6. . Judiciária no tempo do salazarismo: “Vai alta a tarde na mansão da Judite Judiciária e àquela hora a maior parte dos agentes anda a mariscar pelas cervejarias do Conde Redondo e arredores.” (p.31) “Os elétricos sobem a Conde Redondo a fio lento com cachos de passageiros a deitar por fora. Cachos de moscas. Há vendedores ambulantes perseguidos por polícias de maus fígados, snack-bars, montras de electrodomésticos, o Soares da Tabacaria está à porta a ver passar os passantes.” (p.33) “Ambulâncias. Ramonas. A pastelaria Açoreana à esquina da Gomes Freire, outro mosquiteiro. E isto é a Conde Redondo em dia de todo o ano: uma rua empinada que leva à cadeia e ao manicómio Miguel Bombarda, a casas de passe, a quartéis e ao mais que há e não se vê. Boa merda tudo aquilo. O mundo é um grandecíssimo cadáver com moscas de vaivém para abrilhantar.” (p.34) “(…) o sol leveda o podre e multiplica as larvas e quando o cidadão menos se precata já só sobrevive em bicos dos pés e com trampa até ao traço do lábio.” (pp.92/93) “(…) a extremosa Judite com cartinhas em segredo, fotocópias e panfletos, as tais esterqueiras.” (p.93) “(…) a política é a projecção da frustração individual sobre o colectivo” (p.115) “Não há pessoa com mais regras em matéria de mulheres que o indivíduo femeeiro.” (p.118)
  7. . Rua do Ouro (onde fica o gabinete do advogado encarregado de arranjar os papéis para a fuga do país em repressão): “Vão-de-escada com cavalheiros a lerem o jornal em tribunas de engraxador, cheiro a pomadas de cabedal, uma escada de madeira, é ali. [Elias] Sobe por entre as paredes de estuque suado, com o barulho da rua a escoar-se atrás dele, degrau a degrau, os pregões da lotaria, os travões dos autocarros, os panos de sacar brilho a estalarem no verniz do calçado.” (p.81)

Paga-se muito caro ser imortal: é então forçoso morrer muitas vezes em vida. (NIETZSCHE, 1997:106)


quinta-feira, 17 de março de 2016

Águas de Moura (Marateca, Palmela)

Conhecem Águas de Moura? Simples e acolhedora.
De admirar uma coleção particular de variedade de catos...