quarta-feira, 28 de março de 2018

Queres pensar comigo XII

- Festejas a Páscoa?

- Dentro do possível. Eu considero-me uma pessoa religiosa. E tenho uma cultura familiar que procuro respeitar. Mas não preciso de uma determinada confissão religiosa para vivenciar o fenómeno religioso.

- Há pessoas religiosas e pessoas não religiosas.

- Sim. E mesmo assim há pessoas não religiosas, que um dia descobrem que o são. Ou vice-versa. A vida é dinâmica.

- Achas que há em todos nós uma consciência espiritual? Mesmo os cientistas mais pragmáticos?

- Sim, acho. Porque tudo também depende do rigor dos conceitos. E a espiritualidade é o reconhecimento do ser humano da dimensão transcendente da existência.

- Tipo espiritualidade sem Deus?

- Sim. Há tantos cientistas abertos à experiência para além do intelecto.

- Agora que falamos neste assunto, estou a pensar na saúde humana. Até que ponto as pessoas já há muito não perceberam a importância do bem-estar físico associado também à espiritualidade?

- É mesmo. A própria Organização Mundial de Saúde tem dado passos no sentido da compreensão multidimensional da nossa saúde. Isto inclui a espiritualidade. A interculturalidade tem sido fundamental para estas investigações.

- Olha, eu próprio já algum tempo que faço ioga, dou uns passeios meditativos, procuro uma alimentação mais equilibrada... Comecei a ler umas coisas sobre isto...

- Há sempre algo que nos faz despertar. Esse é o teu percurso multidimensional.  Que afinal todos vamos fazendo, ditado pela consciência individual e grupal.

- Mas posso ser espiritual sem ser religioso?

- Sim. Embora o nosso mundo tenha uma dimensão religiosa muito determinante no nosso caráter. Podemos negar a fé no nosso dia-a-dia, mas há sempre um resquício de fé num momento ou num sentimento. Que tipo de fé? Isso já é conversa para depois do convívio familiar de domingo. Vais ter gente em casa?





A anedota da Anne Bota

- Manos, é agora que vamos dar a volta ao mundo?

- Sim, mas eu só vou se começarmos por África.

- Olha, e eu só vou se formos pela Europa.

- Eu prefiro começar pelas nossas ilhas.

- Manos, já vi tudo. É melhor encontramo-nos aqui à chegada. O primeiro a chegar põe umas quantas cervejinhas a refrescar...





terça-feira, 27 de março de 2018

- Amo-te muito, Rosa.

- Então faz-me sorrir e cantar, Manel. :)

A anedota da Anne Bota

- ...e já ouviste falar desta polémica da privacidade do Facebook?

- É pá, isso é muito complicado para a minha pobre cabeça.

- Não vês que é uma rede social muito forte e se houvesse ou houver manipulação é uma chatice?!

- Uma chatice é a minha sogra...



A anedota da Anne Bota

- Viste ontem o jogo Portugal-Holanda?

- Claro!

- Qual foi, para ti, o momento alto do jogo?

- Foi quando aqueles tipos do público invadiram o campo para tirar selfies...

- Achas? E o esforço dos jogadores?

- Eu sou solidário com os jogadores. Como devem sofrer de tédio por andar sempre a correr atrás de uma bola... E se no Mundial pusessem duas bolas em campo? Havia mais desportivismo, não?





segunda-feira, 26 de março de 2018

Porque não gostas de mim VI

Vocês não gostam de mim quando eu me porto mal. Como eu me porto sempre mal, vocês não gostam nunca de mim.
Não pensem que eu não me esforço para me portar bem. Eu digo para mim mesmo: eu hoje vou portar-me bem. Mas começo a falar e ninguém me liga. Começo a levantar a voz, ou bater com um lápis na mesa, ou a mexer nas coisas interditas...
Eu não sou invisível. E só sinto que não sou invisível quando faço disparates.
Há um ou outro adulto que me dá atenção, mas é só para se armar para outros adultos. Pelo menos é o que eu sinto. Eu sei que devo estar enganado.
Mas fazer coisas bem feitas e agradar aos outros é muito complicado. Estão sempre a pôr-me defeitos. Até os meus amigos. 
Como não vivo nem com o meu pai nem com a minha mãe, os meus amigos acham que eu sou esquisito. Que a minha própria família não gosta de mim. Se calhar é verdade...não sei bem.
Mas, mesmo que seja verdade, acho que é mais uma razão para me compensarem.
Mas isto é uma bola de neve. Os amigos que se esforçam para me compreender, perdem a paciência. Os adultos que se esforçam para me compreender, perdem a paciência comigo. Eu perco a paciência com toda a gente, porque ninguém tem paciência comigo.
Só consigo meter medo aos mais pequeninos. E irritar os outros.
Eu sei que tenho que ser mais ajudado, sobretudo por mim próprio, mas não está a ser fácil.
Eu quero gostar de mim para me ajudar. Mas quando faço de contas que sou bom, a malta ri-se e eu dou logo um biscoito a um deles. Salta-me a mão. Nem dou por mim.
Tenho que ter uma conversa muito séria comigo. Se é que consigo levar-me a sério.
Isto não acontecia se eu tivesse uma família. Provavelmente. Ou se calhar, era igual ao que sou.
Mas se estou aqui a partilhar isto com vocês (e isto estava cheio de erros...), é porque ainda há quem se preocupa comigo (será?).
Eu tenho que ser o primeiro a preocupar-me? Sei que tenho que gostar de mim. Eu devo ter talentos. Sou bom na ginástica. A reclamar... A lamentar-me...(isso não conta!).
Não é fácil ser adolescente. Não é fácil ser eu. Mas haverá mais adolescentes com problemas.
Bem, eu sei porque não gostas de mim. Só não sei se um dia poderás mudar de ideias...vou ver se consigo ajudar-te. Afinal sou apenas uma criança com alguma altura. Mas o sofrimento vai ter que me ajudar a arranjar uma zanga teimosa no trabalho e não desistir das coisas parvas que tenho que agradecer na minha vida.
Não te importas de acreditar um pouquinho em mim, se faz favor? Talvez não te arrependas...


Bom exercício este, de escrever...

Quem canta, seus males espanta.

Quem dorme, seus sonhos acolhe.

Quem come, sua fome consome.

Quem ri, suas tensões liberta.

Quem ama, muito se agiganta.

Quem vê, sua alma limpa.

Quem abraça, seu irmão acalma.

Quem beija, outra pele aprecia.

Quem dança, seu corpo avança.

Quem bebe, seu cérebro atrofia.

Quem trabalha, seu salário ganha.

Quem brinca, seu semelhante diverte.

Quem passeia, seu olhar desanuvia.

Quem pinta, seus sentimentos representa.

Quem escreve, novas ideias descobre.

Quem pensa, sua vida determina.


Bom exercício este, de escrever... 😉



domingo, 25 de março de 2018

A anedota da Anne Bota

- Emprestas-me um cotonete, se faz favor?

- Sim, toma.

- Estava mesmo a precisar. Pronto. Já está. Obrigado. Já to posso devolver...

- 😨??



Leva-me aos fados, estimado afilhado de seu padrinho.



Leva-me aos Fados
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
55x46







- Desenha uma árvore, lindo Lucas, para o teu padrinho Artur construir uma guitarra portuguesa.

- É boa ideia, titi Rosa...

- Vou já sentar-me à mesa a fazer uma linda árvore!

- Já é Páscoa, padrinho Artur?

Ser Amigo é...

respeitar todos os nossos amigos
enaltecer as nossas qualidades
compreender os nossos defeitos
ter orgulho nos nossos sucessos
espalhar alegria em cada momento
fortalecer a amizade e a liberdade
desvalorizar as ofertas materiais
engrandecer os afetos e ajudar 
a família de cada amigo a crescer.

 Ser, verdadeiramente, amigo-amigo.

Rosa Maria Duarte




sábado, 24 de março de 2018

Solidariedade sempre pelos inocentes!


Queres pensar comigo XI

- Olá. Por aqui? Pensei que ficasses a descansar mais um bocadinho na cama.

- Podia ter ficado, sim. Às vezes o pensamento não nos deixa dormir.

- Acontece. Fazer um exercício de relaxamento, ajuda. Estavas a pensar em quê?

- Estava a pensar no ser humano que ainda tem muito que aprender. Por exemplo: não se sabe defender. Sobretudo das influências do dia-a-dia. Não processa a informação. Por isso é tão manipulável.

- É verdade. Não quer dizer que o ser humano não seja inteligente. Mas a sua imaturidade no quotidiano torna-o muito manipulável. Claro que cada vez mais há consciência disso. Mas a juntar a uma certa preguiça mental e a uma carência de integração social, todos nós nos deixamos manipular, em certas circunstâncias.

- Todos nós?

- Todos nós. Quanto mais não seja, porque estamos cansados e não questionamos o suficiente. Não é o questionar à toa. É o saber questionar. Confrontar informação. Dar o benefício da dúvida. Não andar a convencer os outros nem a si próprio disto ou daquilo. Há factos que se podem comprovar. E depois tudo é dinâmico. O que hoje é, amanhã pode já não ser. Observarmos e evitarmos os discursos cristalizados ou ceticos, a não ser que seja mesmo essa a nossa vontade consciente...

- Pois é. Na sociedade estamos sempre a ser usados por técnicas de massificação. E quando não encarneiramos, somos pessoas não gratas.

- É verdade. É preciso ter coragem para se ser verdadeiramente um ser pensante. O habitual é, sem se perceber bem como, enfiarem-nos ideias na cabeça. Com objetivos diversos: comerciais, políticos, sociais, emocionais, profissionais... E devemos saber distinguir o que nos interessa daquilo que não nos interessa. 

- A sensibilização para a ecologia interessa-me muito.

- Lá está. E não é porque há quem não acredita, seja quem for, nas alterações climáticas, que isso deve interferir nas tuas atitudes. O importante é estar atento e acompanhar os estudos e os factos.

- Concordo. A psicologia humana deve ser uma matéria cada vez mais presente na vida do ser humano. Sabermos interpretar o que se passa à nossa volta.

- Completamente. Uma psicologia aplicada aos pequenos e grandes momentos da nossa vida diária. Estarmos sempre atentos.

- Como dizem os escuteiros, sempre alerta.

- Isso. Sem obsessões nem preguiças. Presentes. Conscientes. Interventivos q.b.. A usar a cabeça que nos pertence e a pensar no bem comum. Não ser reativo. Não nos deixarmos afetar quando não queremos. De preferência deixar os outros a pensar, se for caso disso.

- 💭...


sexta-feira, 23 de março de 2018

A anedota da Anne Bota

- Queres ir ouvir a Rute Pinkshoes?

- Não conheço. Só conheço a Rita Redshoes.

- Ah! Pois. Sim, também podemos ir ouvir essa. E o The Mythical Catman.

- Hã?? Também não conheço. Só conheço The Legendary Tigerman.

- Olha vês?! Ouvir esse também, pois. E o Robert Zimmerman, claro.

- Quem é esse?

- Não sabes? É o Bob Dylan.

- 😒






Venham daí essas flores!









Ai a minha memória! Podem ajudar a reconhecer estes lugares?