sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

«...mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia»

«...mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia» (José Saramago)

O nosso olhar é uma passarola insaciável que canta do alto a gente urbana de Lisboa.

Deslumbra-se com a pulsação das estrelas, avistando o mundo de uma janela entreaberta ou da fachada de um prédio. Quais troncos da nossa cidade.

À beira-mar estendido, o olhar brilha no silêncio do fado, sente a poesia da vida e verte em gotículas de comoção o sonho de ser mais além.


                                                            Composição fotográfica de Jaime Esteves.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Conversar...

Olá, amigos.

Pensamento do dia:

Sou uma pessoa do presente. Claro que fruto das boas recordações que guardo ao longo da minha vida até hoje.

Sou tranquila e sinto que tenho o que preciso. O que faço para além das minhas responsabilidades diárias, são um complemento artístico que reforçam a minha atitude.

Gosto de desafios. Por isso é que os meus poucos adversários (que parecem atentos aos meus movimentos) são um incentivo, sem querer, para eu continuar a trabalhar cada vez mais e melhor e a ultrapassar as dificuldades a cada dia.

Dizia José Cardoso Pires que as "arrelias" o empurravam para o trabalho.

Compreendo que, às vezes, os preconceitos e a insegurança levem a atitudes menos amigas, mas podem ser graves quando ferem os Direitos Universais do Homem.

Afinal estamos cá para aprender e defender os menos protegidos, que às vezes somos nós próprios.

Afirmava José Luis Sampedro que os erros são causados pelas leis humanas que limitam a boa conduta social.

Sempre procurei ser boa aluna na escola. Hoje continuo a procurar ser boa aluna na faculdade da vida.

Não sou aquilo que os outros querem que eu seja, mas quem eu acho que vou querendo ser. Que sou no respeito que tenho pelos outros..

                        Fotos inéditas amavelmente cedidas pelo filho do Mário Ventura (2º à esq.), o Luís Henriques Ventura

Partilhar em família...

Ser dócil, mas não submissa.

E atenção ao pessoal que impinge ideias e "envenena" os espíritos.

A liberdade é quando temos a força de sermos nós próprios. E o nosso valor reside nessa capacidade de afirmação pacífica perante nós mesmos, os outros e as adversidades.

Boa conversa à mesa.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

rlg reportagem

 
No dia 4 de fevereiro pelas 20h30min os alunos juntaram-se ao portão da escola, acompanhados de vários professores, para seguir de autocarro para o Teatro Joaquim Benite, em Almada, cedido pela Câmara Municipal.
Ao chegar ao edifício, os alunos receberam os bilhetes para a peça «Kilimanjaro», baseada no conto “As neves de Kilimanjaro” de Ernest Hemingway.
Antes de entrarem para a sala de espetáculo, os jovens tiveram oportunidade de tirar fotos e de ir até ao bar.
Foram duas horas de representação que agradou ao público jovem. O que acharam mais curioso foi o sentido de humor em várias cenas e a atitude dos atores ao representarem as suas personagens, como aquele rapazito africano ao serviço de Harry, o protagonista da história, logo no início da peça.
Em «Kilimanjaro», Harry está a morrer de gangrena. A sua perna apodreceu e os abutres aterram bem perto do seu acampamento em África. A seu lado, Helen, uma mulher rica, de meia-idade, sustenta a vida que permite a Harry esquecer-se de que não está a escrever.
A dramaturgia e a encenação foram da responsabilidade do diretor artístico do teatro Joaquim Benite, Rodrigo Francisco.
Os alunos gostaram também do cenário, da sonoplastia e do guarda-roupa. E da interpretação, claro! Foram a comentar a peça na viagem de regresso.
Beatriz Brito, Carlos Bruçó, Diogo Martinho, Flávia Fonseca (9ºA)
 

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Obrigado pela vossa presença e pelo vosso carinho.

Muito obrigado à S.T.P..
 
E aos meus familiares, amigos, colegas e a todos que estiveram presentes hoje para me ouvir falar e cantar a saudade e a tristeza no Fado.
 
Grata pela sua participação na conversa e na tertúlia fadista.
 
Unidos pela melopeia do fado.



 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

crónica de opinião publicada no Setúbal na Rede e no Diário da Região

Educação
por Rosa Duarte
(Professora)
      
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=22385

Como equacionar a massa na energia das palavras?

 
Cada palavra é uma fonte potente de energia que contém uma dada massa associada.

No admirável mundo velho, os verbos são venerados diariamente em prol da nova matéria da bolsa de valores. Somos legatários materialistas com ideias, ideais e sentimentos à procura sem cessar de os materializar e fazer render a indústria verbosa manufaturada dos atos e moedas, qual desfile lexical a anunciar presentes festivos para os sentidos, nem sempre humanizados. É uma imparável fabricação consumista a que não se livram as melhores frases, com todas as intenções soletradas e revisitadas nas calhas da hipoteca mediática, para deleite dos olhares mercantis, de mão e de ouvido em riste.
 
Desfruta-se energicamente do efeito material da palavra para fins diversos. Um empreendedorismo verbal concorrencial que pode ser desleal. Os mais líricos, que em teoria são menos materialistas, não resistem ao "voyeurismo" incansável do significante no engenho laboratorial da escrita. Eis que senão o sopro vital da leitura é o messias, o príncipe encantado do novo texto.
 
Quantas não são as experimentações verbais explosivas noticiosas nos peculatos perpetrados, nas ameaças orçamentais, nas manipulações preventivas?!
 
A liberdade de expressão nasce como prontuário de excelência da democracia. É a educação que responsabiliza a equação científica da palavra. Que é uma energia estandártica, iluminada ou escurecida pela massa. Porque as palavras lucrativas nem sempre servem o bem comum. São os jogos organizados que muitas vezes esvaziam de sentido a expressão lutadoramente livre. São roletas de olhares compartimentados que baralham a realidade dos factos. O absolutamente real que é o só real…
 
Mas sem massa ao toque, as palavras invisíveis não são de inferior quilate. Palavras ditas, reafirmadas ou retiradas e, quantas vezes, esquecidas, que são muitas vezes as bíblicas traduções dos reformistas para a posterioridade. Como os discursos dos grandes guias que nada quiseram ou souberam escrever. Uma posterioridade que tende a inventiva. Se calhar por isso: o universo inteiro como uma metáfora viva em permanente metamorfose. A história e as estórias que deixam saudade readaptam-se à memória das novas ortografias no futuro do presente.
 
Revitalizar a energia das palavras atordoadas, eis a palavra de ordem na memória dignificante do tempo. E estas e outras notícias correm e não morrem nos tabloides. Agarram-se às narrativas individuais e coletivas do quotidiano. E fazem-se manchetes nos iPads.
 
O grande desafio da acessibilidade telecomunicativa ao progresso global. Namoro da globalização desconcertada pela tradição. Categorizações rangendo nas consciências.
Herança amiga do idioma, (i)material património da humanidade.
 
Matura, a herança eleva-se a dar sentido a todas as folhas em branco dos livros intercontinentais. Grita por respeito nas praças das nações. Dialoga com as imagens e sátiras dos críticos. Invade as agências e adormece no colo dos ascetas.
 
Palavras que se educam pelo ensino do pensamento. A aplaudir o berço grego no alfabeto latino. A reconhecer a coragem mítica de Atenas. A acordar o amor aos outros continentes. A esculpir na massa a literatura universal. A fermentar proativas a ética e a estética. A condenar os mal tratadores dos idosos. A desrespeitar a repressão e os preconceitos. A castigar os boicotes na imprensa escolar, local e nacional. A dialogar com as ideologias e todas as crenças. A partilhar a tristeza do sorriso e a alegria numa lágrima.
 
Vasta de palavras, ficamos sem elas. Apenas as palavras silêncio e comoção.
 
Num fardo de poalha de versos voláteis. Fados escritos de ais. Letras em lentes de cientistas e xailes de fadistas. Palavras surfadas Aquém e Além-Mar. Oxalá.


Rosa Duarte - 04-02-2015 09:13
 

[Setúbal na Rede] - Como equacionar a massa na energia das palavras?

[Setúbal na Rede] - Como equacionar a massa na energia das palavras?

domingo, 1 de fevereiro de 2015

próximo sábado 7 de fev às 15h «A Saudade e o Culto da Tristeza no Fado»

 
«A Saudade e o Culto da Tristeza no Fado»
dia 7 das 15h às 17h na Sociedade Teosófica de Portugal (espaço público)
rua José Estevão, 10 - Lisboa
à Estefânia
 
Lá nos veremos (para falar e cantar)
 
viola: Vital d'Assunção
guitarra portuguesa: Joaquim Ribeiro
 
Rosa Maria Duarte