quarta-feira, 31 de julho de 2013
sexta-feira, 26 de julho de 2013
homenagem ao príncipe do fado
POEMA A ARTUR BATALHA
Ao nosso querido amigo
És fadista, de olhar saudoso,
cumprimentas todo o povinho;
no semblante, tens humildade,
no sorriso, a sincera amizade.
cumprimentas todo o povinho;
no semblante, tens humildade,
no sorriso, a sincera amizade.
Não são aplausos o que ouves,
enlevado no grave cantar
sonhas com beleza do grande amor e o combate à extrema pobreza.
enlevado no grave cantar
sonhas com beleza do grande amor e o combate à extrema pobreza.
Foi de sonho o teu nascimento,
tens compaixão pelos demais,
e na voz o destino castiço
de uma Alfama com coração.
tens compaixão pelos demais,
e na voz o destino castiço
de uma Alfama com coração.
És Príncipe do Fado tradição,
de rimas cheias de vida.
Tens nome bem distinto: Artur;
apelido cheio de garra: Batalha.
de rimas cheias de vida.
Tens nome bem distinto: Artur;
apelido cheio de garra: Batalha.
Lisboa, 25 de
julho de 2013
Rosa
Maria
quinta-feira, 25 de julho de 2013
publicado no Setúbal na Rede
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=20023
Desinvestir na investigação académica?
Desinvestir na investigação académica?
Lemos com alguma frequência notícias de universidades
portuguesas a serem financiadas por entidades estrangeiras para desenvolverem trabalhos
de investigação como, por exemplo, o da doença de Parkinson, recentemente apoiado
pela fundação Michael J. Fox com um subsídio de 192 mil euros a uma equipa de
cientistas da Universidade de Coimbra.
Não há dúvida que a crise cá em Portugal é também de
mentalidades.
“Se queremos usar a
investigação também como motor da economia e para sairmos desta crise, então
não podemos continuar assim” afirmou a jovem investigadora, Diana Neves,
indignada, no protesto que os bolseiros de investigação promoveram
segunda-feira dia 15 de julho, em Lisboa, para exigir a abertura do concurso de
bolsas da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) prometida para junho.
As prioridades na educação revelam as preocupações e a
mentalidade de quem gere este país. Corte na atribuição de bolsas, corte nas
bolsas atribuídas, num país em que parece que só os de fora sabem do trabalho dedicado
dos investigadores portugueses. Estou a pensar em particular no financiamento do
ensino público.
Há que investir. Palavras nunca dantes tão ouvidas. Com a
certeza, porém, de que o investimento é mais do que aplicar dinheiro para o
rentabilizar. Embora conscientes que a maior parte dos projetos respire de
subsídios. Mas investir é muito mais do que isso: é acreditar numa causa e
hasteá-la no dia-a-dia de trabalho, para lhe dar forma e razão de ser. Sabe
deus (seja ele qual for) a que custo… Daí o mérito maior. Um país pequeno como
o nosso não tem que ter uma mentalidade proporcional. Pelo contrário, pode
provar que sabe priorizar as necessidades do país e aproveitar os talentos
internos. Os recursos podem ser os suficientes para estabelecer inclusive protocolos
com empresas e universidades estrangeiras.
Porque os jovens investigadores quando saem deste país com
bolsas, mesmo que sejam pequenas, muitos são os polos de investigação de
destino que asseguram parte dos meios necessários para a prossecução de um
trabalho com boas condições. Em Utrecht, na Holanda, por exemplo. Assim haja
uma bolsa de origem.
A Associação de Bolseiros de
Investigação Científica (ABIC) lançou, entretanto, um abaixo-assinado que,
segundo a jovem bolseira citada, conta já com três mil assinaturas. E que põe
em cima da mesa (“apenas”) o incumprimento dos prazos…
A FCT reconhece o incómodo dos
atrasos na abertura do concurso, justificando com a abertura de vários
processos ao mesmo tempo, no âmbito da sua atividade. Pois…muitos dos processos
serão de inviabilização na atribuição de bolsas a jovens com C.V. invejáveis.
Conheço, infelizmente, muitos casos.
E abrem-se estágios nos
laboratórios para aproveitar a boa formação científica de cada um. O ITQB abriu
uma vaga no gabinete de comunicação. Desculpem, mas até fico boquiaberta
perante os números do desemprego jovem no nosso país…
Há quem diga que a vida é um
estágio. Pelos vistos, é um termo que começa a ser vitalício. E é pena que, para
muitos, nem isso seja.
Se a resposta oficial relativa
a uma candidatura de bolsa de investigação submetida em julho é respondida
negativamente no julho seguinte, está tudo dito.
Querem-se rankings no ensino português, então o exemplo de eficiência institucional
tem de explicitar esse desígnio primeiramente nos seus patamares decisores.
Continuamos sem luz ao fundo
dos corredores ministeriais.
Rosa Duarte
quarta-feira, 24 de julho de 2013
segunda-feira, 15 de julho de 2013
homenagem ao rei do fado
Hino a Fernando Maurício
São macias
as flores que há em ti
E me acordam
ao ouvir-te cantar
De brilho
amoroso que inebria
E me oferecem
um franco sorriso
És tu que me
prendes e embalas
Ao doce colo
da triste melodia
És a
história no mais lindo fado
Que te quero
hoje aqui recordar
São breves e
sentidas tantas
As emoções
da tua gente simples
Aquelas que
nunca perderei
E me crescem
neste sentimento
O sol
adoça-te o rosto moreno
Já talvez um pouco
cansado
E as ruas da
nossa Lisboa
Fazem coro
com o teu respirar
Ai…canto o
amor elevado
Que inauguro
em dó, ó Maurício
E o fogo do
amor sob o sol
Fortalece e
trauteia para ti
A bandeira que
és hasteada
É hino à cidade
lusa
E a vida dos
nossos momentos
Padecem de
saudades tuas.
És gente que
ficas no tempo
Da poesia então desfraldada
És braço de
guitarra gemida
O leito
do eterno fadista.
14 de julho de 2013
Rosa Maria
(fadista)
terça-feira, 2 de julho de 2013
O MEU FADO
Nunca me deixarei
apartar do fado
Vivo numa canseira louca
Pois estou encontrando maneira
De me aportar residente
Na terra contagiante do fado
Sem que o teu ciúme infundado
Me procure estrangular o ar.
Deixa-me assim tão somente
viver sentida ao teu lado a cantar
Os meus fadinhos d’Alcântara
Da Mouraria e da nossa Alfama
O marujo de boina e madeixa
Lisboa com cheirinho a cravo
A teima do amor perdido
A gaivota do céu encantado.
Gosto de ti e dos meninos
Num amor belo e grandioso
De tardia fadista tomada
Pela doença fatal dolorida
A meio de uma semicheia vida
Albergue de letra corrida
E verso humano consentido.
Não me toldarás a minha veia
Vital e determinada guerreira
nem que me faças passar
Por mulher vaidosa e convencida
Egoísta sórdida malfadada
Com história vulgar e conhecida.
Cantar onde houver guitarras
Não fosse eu mais uma Rosa Maria
Marulho poético concha de praia
Discreta livre na areia lavrada
De amor e som fresco, maresia
Tristeza que é som subido
Verdadeiro sedutor no fado.
Nada nem ninguém de todo nada
Me fará por momentos recuar.
Inventa aliados, gestos, disfarces
E olhares de estudada reprovação.
O meu destino está traçado:
Cantarei a vida e a
morte
E o canto do esbelto cisne
Amor canção em dor maior
Em homenagem ao meu destino
Meu eterno e querido pai, o Fado.
Alcântara, 2 de
julho de 2013
Rosa
Maria (a fadista)
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