quinta-feira, 30 de junho de 2016

O encantamento do canto da sereia no mar português foi o Fado.

“a ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente que são” (Fernando Pessoa). Quando se olha uma flor, por exemplo, reage-se à sua beleza e só depois, eventualmente, se pensa na sua existência biológica. É a beleza das palavras no seu contributo simbólico narrativo, como a antiga lenda pigmeia que conta que um menino, ao andar pela floresta, descobre um pássaro com um canto muito melodioso e, deveras encantado, apanha-o e leva-o para casa. O pai do menino, para não ter de procurar alimento para aquele aparente pássaro vulgar, e mesmo depois de o ouvir cantar maravilhosamente, decide matá-lo. Ao tirar a vida ao pássaro, o senhor matou a música e, sem o prever, matou-se a si mesmo.










No mar português, há um canto doce quase longínquo e profundo que quando chega aos nossos ouvidos soa a Fado.
O fado da Sereia
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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terça-feira, 28 de junho de 2016

domingo, 26 de junho de 2016

Os nossos futebolistas são assim: uns vencedores. Força Portugal!

E quando alguém quiser subestimar o seu caráter, a força de acreditar será maior ainda. 

O Futebol
Rosa Maria Duarte
Óleo s/aparite
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sábado, 25 de junho de 2016

O prometido é devido. Mais vale tarde que nunca. (Com um abraço ao poeta da Canada na Ervideira, Vide)

Na casa da Vide
Às bodas de ouro de Joaquim Domingos dos Santos e da sua esposa Inocência de Jesus da Silva, ocorridos a 09 de janeiro de 2004.

Caros amigos Joaquim e Inocência
Com carinho vos quero saudar
Pelas vossas «Bodas de Ouro»
Que hoje estais a festejar.

Há cinquenta anos portanto
As vossas vidas se uniram
Com laços de tanto amor
Que nunca mais se partiram.

E como então prometestes
Vossa união foi certeza
E caminhastes sempre juntos
Na alegria e na tristeza.

E a comprová-lo aqui estais
Nesta casa de acolhimento
Onde juntos acolhestes
E fostes recebidos com merecimento.

Escritas estas palavras
Não quero ir mais além
Pedindo-vos resignação e coragem
Para as contrariedades que a vida tem.

Lar da 3ª idade de Vide, 09 de janeiro de 2004.
Com amizade e carinho
Joaquim Augusto dos Santos


À Inocência de Jesus da Silva dedico estes modestos versos no dia do seu aniversário natalício.

Inocência de Jesus da Silva eu te saúdo
Nesta hora de paz e alegria
Pelos teus setenta e um anos
Que festejamos neste dia.

Que te quero como a irmã gémea
Que digo sem demagogia
Porque quis o destino que viéssemos
Ao mundo no mesmo dia.

Porém a sorte colocou em teus ombros
Uma grande e pesada cruz
Mas conservou em teus olhos
O brilho e a clara luz.

Que hão-de iluminar
Para sempre o teu caminho
E veres que à tua volta
Há afeto e carinho.

E para terminar vou cantar-te
Os parabéns por este teu dia
Porque no meio da adversidade
Também pode haver alegria.

Lar da Vide, 23 de agosto de 2003
Joaquim Augusto dos Santos


A arte é uma janela virada para o mundo.




A arte é uma janela virada para o mundo
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Um gesto espontâneo de simpatia na sequência do momento de fado no «Sabores da Vila» em Oeiras. (Abraço ao João Jorge e à Ângela, sua esposa)

“AQUI NO SABORES DA VILA”
(NOVO)‘Fado João Jorge’
Música e Poema: João Jorge O Poeta Sorridente
Aqui nestes quatro cantos
Na linda Vila de Oeiras
Há pecadores e santos
Todos com boas maneiras
Rosa Maria aqui canta
Nossa Canção Nacional
Sua bela voz nos encanta
De forma fenomenal
Refrão:
O Fado é bem cantado
E bem-amado
No ‘Sabores da Vila’
O Fado que anima a gente
De coração quente
E aqui se tranquila
O Fado é alma do povo
Ou velho ou novo
É um carinho
O Fado este vadio
É macho em cio
Neste cantinho
O Fado este vadio
É macho em cio
Neste cantinho
João Jorge é o meu nome
Sou o Poeta Sorridente
D’ Poesia e Amor tenho fome
Mas dou-os a toda a gente
Crio aqui uma cantiga
Desde uma prosa qualquer
Canto aquela Rapariga
Que é sempre bela Mulher
Bis ao Refrão:
Com um Beijinho de Amizade e Admiração, para a Grande Rosa Maria Duarte Fado.

Somos apenas uma estória nos anais do tempo...que recriamos pela memória de cada instante.

Era uma vez um pincel feliz, mas envelhecido pelo agitar comovido dos seus pêlos em conversas íntimas com cada senhora tela de colo de alabastro que foi tendo o privilégio de conhecer ao longo da sua curta vida... Quantos coloridos em curvas de ideias prenhes de sentimento? Já inventava ao recordá-los.



A Memória
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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quarta-feira, 22 de junho de 2016

«A União Europeia». Crónica de opinião publicada no Diário da Região.

Crónica de opinião «A União Europeia»
DIÁRIO DA REGIÃO
22 de junho de 2016
O Mundo é a Nossa Casa
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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A UNIÃO EUROPEIA

Opinar sobre a União Europeia não é fácil. Mas é possível. Para além de ser um direito é, se não mesmo, um dever.
Como cidadãos, que todos somos, procuramos conhecer a sociedade em que vivemos e o mundo que nos dão a conhecer.
Pensamos: à frente de bons projetos há sempre visionários que dão o seu melhor. Cada esforço é um património para o coletivo. Numa atitude de união que faz a força.
E recordamos a origem da União Europeia que remonta aos conflitos da Segunda Guerra Mundial e aos 40 anos da Guerra Fria na sequência da divisão Leste-Oeste.
Em tempos conturbados como aqueles em que vivemos, não fará todo o sentido continuarmos juntos?
A qualquer preço? Claro que não.
Se a União Europeia quer prezar os princípios que a formou, o espírito de interajuda deve estar sempre presente nos momentos de dificuldades a cada estado-membro. Num amor repartido. Tendo em conta que os mais fortes têm melhores condições de colaborar com os mais fracos.
O desafio é olhar cada integração de um país-membro como um juramento de bandeira ou uma boda de casamento. Com compromissos assumidos de direitos iguais. Promessas de fidelidade e solidariedade na saúde e na doença. Com obrigações de respeito mútuo na alegria e na tristeza.
O facto de qualquer país poder ponderar a sua saída da União Europeia é, só por si, um sinal saudável de liberdade real existente no seio desta Organização que já acolhe 28 países.
As razões que levam os cidadãos como os do Reino Unido, por exemplo, a ponderarem o «Brexit» (saída) supostamente devem ser bem clarificadas no espírito de cada britânico.
Será que nós, portugueses, podemos (poderemos) pensar no nosso «Brexit»? Se pudéssemos, quereríamos de facto sair da família europeia (apesar de tudo…)? O orgulhosamente sós será preferível à União Europeia que temos atualmente?
Cada cisão é um divórcio. E o divórcio é um instrumento legal (em Portugal desde o ano da República), porque o Ocidente instituiu como direito consagrado a liberdade individual. Claro que a sociedade conta que as razões que comprometem um casamento sejam de suficiente peso. De preferência, depois de esgotados também os esforços divididos com os conselheiros matrimoniais. Tendo presente que qualquer separação tem consequências para os dois lados, causa sofrimentos calculados e não calculados e deixa marcas indeléveis.
Acho que ninguém tem dúvidas sobre o esforço e a convicção dos fundadores no propósito da criação da União Europeia. Para esta paz e estabilidade europeias que, apesar de tudo, tomamos como garantidas (ou quase…). Motivação de fundadores que foram um grupo distinto que acreditou nos mesmos ideais: uma Europa em paz, unida e próspera. Por isso muitos foram e são os que trabalham com o mesmo objetivo e inspiram este projeto europeu. Ainda em construção.
A União Europeia de hoje é, assim, um trabalho de equipa que se quer em boa comunicação e gestão e, esperemos, a melhorar a relação de vizinhança com o resto do Mundo.
Estamos cá para ver (e porque não fazer?…).

                                                              Rosa Maria Duarte
                                                    Diário da Região, 22-06-2016
                                                            (jornal/suporte papel)