“a
ciência descreve as coisas como são; a arte, como são sentidas, como se sente
que são” (Fernando Pessoa). Quando se olha uma flor, por exemplo, reage-se à
sua beleza e só depois, eventualmente, se pensa na sua existência biológica. É a beleza das palavras no seu contributo simbólico narrativo,
como a antiga lenda pigmeia que conta que um menino, ao andar pela floresta,
descobre um pássaro com um canto muito melodioso e, deveras encantado, apanha-o
e leva-o para casa. O pai do menino, para não ter de procurar alimento para
aquele aparente pássaro vulgar, e mesmo depois de o ouvir cantar maravilhosamente,
decide matá-lo. Ao tirar a vida ao pássaro, o senhor matou a música e, sem o prever,
matou-se a si mesmo.
No mar português, há um canto doce quase longínquo e profundo que quando chega aos nossos ouvidos soa a Fado.
O fado da Sereia Rosa Maria Duarte Óleo s/tela 50x70 |
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