O Mundo é a Nossa Casa
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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A UNIÃO EUROPEIA
Opinar sobre a União Europeia não
é fácil. Mas é possível. Para além de ser um direito é, se não mesmo, um dever.
Como cidadãos, que todos somos,
procuramos conhecer a sociedade em que vivemos e o mundo que nos dão a conhecer.
Pensamos: à frente de bons
projetos há sempre visionários que dão o seu melhor. Cada esforço é um
património para o coletivo. Numa atitude de união que faz a força.
E recordamos a origem da União
Europeia que remonta aos conflitos da Segunda Guerra Mundial e aos 40 anos da
Guerra Fria na sequência da divisão Leste-Oeste.
Em tempos conturbados como
aqueles em que vivemos, não fará todo o sentido continuarmos juntos?
A qualquer preço? Claro que não.
Se a União Europeia quer prezar
os princípios que a formou, o espírito de interajuda deve estar sempre presente
nos momentos de dificuldades a cada estado-membro. Num amor repartido. Tendo em
conta que os mais fortes têm melhores condições de colaborar com os mais
fracos.
O desafio é olhar cada integração
de um país-membro como um juramento de bandeira ou uma boda de casamento. Com
compromissos assumidos de direitos iguais. Promessas de fidelidade e solidariedade
na saúde e na doença. Com obrigações de respeito mútuo na alegria e na
tristeza.
O facto de qualquer país poder
ponderar a sua saída da União Europeia é, só por si, um sinal saudável de
liberdade real existente no seio desta Organização que já acolhe 28 países.
As razões que levam os cidadãos como
os do Reino Unido, por exemplo, a ponderarem o «Brexit» (saída) supostamente devem
ser bem clarificadas no espírito de cada britânico.
Será que nós, portugueses, podemos
(poderemos) pensar no nosso «Brexit»? Se pudéssemos, quereríamos de facto sair
da família europeia (apesar de tudo…)? O orgulhosamente sós será preferível à
União Europeia que temos atualmente?
Cada cisão é um divórcio. E o
divórcio é um instrumento legal (em Portugal desde o ano da República), porque o
Ocidente instituiu como direito consagrado a liberdade individual. Claro que a
sociedade conta que as razões que comprometem um casamento sejam de suficiente peso.
De preferência, depois de esgotados também os esforços divididos com os conselheiros
matrimoniais. Tendo presente que qualquer separação tem consequências para os
dois lados, causa sofrimentos calculados e não calculados e deixa marcas
indeléveis.
Acho
que ninguém tem dúvidas sobre o esforço e a convicção dos fundadores no
propósito da criação da União Europeia. Para esta paz e estabilidade europeias que,
apesar de tudo, tomamos como garantidas (ou quase…). Motivação de fundadores que
foram um grupo distinto que acreditou nos mesmos ideais: uma Europa em paz,
unida e próspera. Por isso muitos foram e são os que trabalham com o mesmo
objetivo e inspiram este projeto europeu. Ainda em construção.
A
União Europeia de hoje é, assim, um trabalho de equipa que se quer em boa
comunicação e gestão e, esperemos, a melhorar a relação de vizinhança com o
resto do Mundo.
Estamos
cá para ver (e porque não fazer?…).
Rosa Maria Duarte
Diário da Região, 22-06-2016
(jornal/suporte papel)
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