sábado, 27 de fevereiro de 2021

Fastread poetry

 Se queriam brincar ó sombras chinesas bailes de quimonos de luz

dancemos ó prédios iluminados com cimos de ruas a namorar luas

neste entardecer desenhado contraluz feito vontades épicas puras.



A anedota da Anne Bota

 - Mamã, posso ir brincar com aquela nuvem pequenina?

- Sabes que enquanto não morrer o novo corona vírus, é difícil voar.

- Então vou ficar aqui à janela à espera dela, mamã. 

- As nuvens não fazem visitas, querida. Oh! Que nevoeiro repentino é este? Filha...?



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

História pequeníssima de uma gaivota, das suas amigas e de um pato velho que as comovia

 Era uma vez uma gaivota com expediente que um dia desafiou as amigas a fazer algo de útil à comunidade animal, tipo um voluntariado.

Então, decidiram ir todos os dias de manhã, quando a maré vazava num braço do Tejo para os lados da margem sul, ela e as suas companheiras limpar os aposentos de outros vizinhos animais idosos e solitários.

Encontraram um pato branco que vivia em cima de um pedaço de cortiça velha presa à margem, na Arrentela, que era o que restava de uma pobre e humilde embarcação humana.

Acontece que esse pato branco atraía as atenções dos reformados e dos confinados que lhe deixavam pão e folhas de alface ao fundo de umas escadas escuras pelo tempo, lambidas pelas humidades e algas secas.

O pato branco já conhecia algumas pessoas generosas. Logo que as avistava, lembrando um autêntico cachorro, saía a custo dos seus aposentos, pois já seria um pato cansado da idade, e cambaleante vinha aos últimos degraus tomar as suas refeições.

Ora, a gaivota e a sua equipa, comovidas, aguardavam pacientemente que o pato tomasse a sua refeição, demoradamente. Mas logo assim que este se preparava para inverter a marcha, o esquadrão de limpeza, benemérito, fazia as suas devidas obrigações e limpava escrupulosamente aquele ponto de entrega de comida ao domicílio com a dedicação que merecia um velho pato solitário de uns seres voadores dos sete mares e esfomeados.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Um dia, quando a vida for perfeita, ninguém prestará especial atenção às pessoas importantes, porque tudo será importante, nem se distinguirão deveres de direitos porque tudo será primavera com sol e chuva, naturalmente.

 


A anedota da Anne Bota

 - Bom dia, Fernão. Logo de manhã a esticar as asas!

- Viva pessoal. Posso aterrar aí no vosso parapeito?

- Está à vontade. Come aqui qualquer coisa. O que é que vai?

- Se eu fosse uma gaivota normal preferiria um peixinho fresquinho, mas venha de lá um naco de pão com uns coentrinhos em azeite.

- Alentejana dum cabrão!!


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Fastread poetry

 Há um barco terno no tempo que não tem pressa de navegar

apenas gosta de se embalar dia noite ver o pôr do sol a sonhar

talvez consigo indefeso nas ondas libertinas tão pronto a amar.


Há um mundo imenso e valioso em cada batimento sereno do nosso corpo e na luz subtil do nosso olhar interior.

 






                           A descoberta da beleza/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/40x50

sábado, 20 de fevereiro de 2021

A anedota da Anne Bota

 - Oh, que pena! Tenho saudades do tempo em que andávamos de avião. Não tens, marido?

- E a poluição que fazem? Se tens saudades, põe-te aqui à janela a vê-los passar...

- Achas que passam?

- Um ou outro...

- Vêm donde? Não os oiço...

- Vêm do lado do mar e só grasnam de vez em quando.



Vem, alto céu cinzento e chuvoso, acompanha-nos no pensamento solto que eu ilumino o caminho com a luz do meu olhar humilde e sem maldade.

 




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Fastread poetry

 Ai, sol! pareces um incêndio no meu pensamento a atear

ideias boas ou loucas ou soltas de sentimentos a deliberar

olhares acesos de tempo incerto vento relento a empurrar

potencial discernimento apaziguamento tu sabes declamar.


(Robin) - Ainda não é a minha vez de tomar a vacina, pá!

 




quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

- Voltarei um dia porque sei que a nossa terra nunca nos esquece.

 


                                     Diáspora/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/30x75

A anedota da Anne Bota

 - Ó senhor polícia, eu vim passear o meu amigo.

- Mas de que tamanho é ele que não o vejo?

- Está ali em cima daquela chaminé. Anda para casa, Fernandinho.


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

A anedota da Anne Bota

 - Ollháá laranjinha booa! Vai um quilo, vizinha?

- Ó rapariga, que andas aqui a fazer? Vai mas é para a escola!

- Ó dona, eu até ia, mas está fechada. Ao menos assim, pode ser que me contratem para algum concurso de fado...



As obras de Santa Engrácia com um sol alentejano desconfinado.

 






terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Pensamento da tarde

 Sê forte na tua vontade de seres o teu próprio caminho numa história partilhada e reescrita a cada exercício no quotidiano.



Vide, o esplendor na serra

 



                                           Fotos de José Tavares (tiradas ontem)