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D. Ascensão, minha mãe, no Jardim da Estrela
31 de outubro de 2016

O FADO DA DESGRAÇADINHA

O FADO DA DESGRAÇADINHA

- Ai pobre senhora de mim, coitadinha

Que não posso largar o fado, que desgraça

Mal ponho o pé na rua, nesta praça

Trauteio um corridinho à chilreada.

- Bom dia senhorita comadre Delfina,

Tão cedo e já pois n’afinação, vó mercê?

Com esse ar de santa senhora, tão fina

Vai cantar um novo fadinho, pois você?

- Nã compadre, vou mas é à missinha

Nã vê que tenho que pedir perdão à luz divina

Por est’alma vejo qu’anda perdida

D’amores pela saudosa cantoria.

- Pobre coitada, sua senhoria, pois nã vê

Que noss’Senhor é tão bom e quer

C’a madame se queira assim embeicê

P’la bela oração do mar me quer.

- Acha mesmo, compadre Zé Xanto?

É que nesta fraca fraqueza do canto

A goela que ora e canta a todo o pranto

Nã seca o coração na fé, ai fado santo.

- Ora vê?! Pois dê mais pano ao sentimento

C’a careta nas costas é de quem mente.

O padre benze e bate o pé no seguimento

E absolve em graça e sê omi que fica crente.

30 de out 2016

Rosa Maria Duarte

O fado iluminado
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
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Homenagem à Dona Amália, minha sogra, que faria no dia 25 de out 100 anos.

 Apreciei as suas qualidades e a nossa amizade.

Em Corroios

Em Vide, Beira Alta

 Aproveito para homenagear também os meus tios paternos Joaquim e Júlio, de Valverde, Fundão. Boa gente.

Uma homenagem a «Os Galés». Apoiar quem canta a terra e o mar.

- Anda, vem falar comigo sobre as árvores nascidas junto aos medronheiros, as flores das grandes chuvas, o cheiro familiar do outono e sobre tantas determinações divinas!

A BELEZA DO DEVIR...Um mundo composto de mudança.

A dor e a beleza do devir.

Heráclito de Éfeso, no século VI a.C., disse que nada neste mundo é permanente, exceto a mudança e a transformação.

Parménides, outro filósofo grego, acreditava que as mudanças que percebemos com nossos sentidos é algo enganoso. Que há pura perfeição e eternidade por trás da natureza e esta é a verdade suprema.

Não é o ciclo da vida um fascínio de mudança e permanência?