PREFÁCIO
A minha formação académica, e julgo também a moral, têm sido
trabalhadas na área das Humanidades, o que reforça a minha vontade de fazer
aqui a devida honra na abertura desta coletânea de textos literários aos meus alunos
do 11ºD, saudando-os comovidamente a todos, e a cada um em particular, pela
ousadia de corresponderem ao desafio de caminharem lado a lado na senda das
palavras embebidas de sentimentos e questionamentos, celebradas por um consentimento
autoral coletivo.
Estes são os rapazes e as raparigas da única turma de
Humanidades do 11º ano da nossa escola deste ano letivo que querem ser mais que
bons comunicadores: querem aprender a revestir cada palavra da sua poeticidade
e dar-lhes o brilho que a língua portuguesa merece e respira. Para os alunos
que ainda não alcançaram o desejado manejo desta multifuncionalidade, vai uma
especial palavra de alento, de agradecimento pelo esforço e pela coragem de mostrarem
os seus tímidos passos nesta longa, porém saborosa viagem pelo mundo
surpreendente e deslumbrante que é o da criação literária. Na certeza, porém,
de que a escrita na literatura é garantidamente amante do inédito e do contemplativo,
mas também, e quantas vezes, do solidário e do interventivo, que homenageia a
realidade e a humanidade pela observação crítica de outros mundos mais
pragmáticos ligados à política social e cultural, à sociologia étnica e financeira
dos povos, ao pensamento, à invenção…
A juventude continua a ser prometedora. Mais instruída. Mais familiarizada
com o progresso. Cabe-nos a todos nós, educadores, pais e professores,
orientá-los e ajudá-los no caminho do investimento individual, cooperativo e associativo.
Escrever é uma forma de marcar presença em cada espaço de
identidade, neste caso na sua escola, alargando esse ato de escrita a todos os
lugares e a todos aqueles que queiram participar deste seu projeto, lendo-os e
encorajando-os.
Apreciar os seus textos, naturalmente também pela devida
cumplicidade didática, é valorizar um processo que pode continuar os seus propósitos
criativo, pedagógico e recreativo em futuras produções e publicações.
Com o mesmo espírito de liberdade que presidiu entre nós à
ideia da construção deste livro, me despeço com a humildade partilhada e a muita
alegria consumada.
Laranjeiro, 30 de
abril de 2013
Rosa Duarte
(profª de Português)