segunda-feira, 22 de abril de 2013

a arte é a verdade que nos liberta


A ARTE EXPANDE A BELEZA

Não é preciso tirar um curso para apreciar a beleza da arte. A arte em cada manifestação humana de vida. Basta dedicar-lhe um pouco de tempo e gratidão. Assim é a natureza, que já é bela. Mas quando a contemplamos, parece-nos mais deslumbrante. Como se o olhar humano beijasse cada paisagem, cada pedaço de terra, e a sua comoção se liquefizesse em gotas de orvalho em cada pétala. Essa fascinação, a do artista, ele representa-a e fixa-a, segundo a sua técnica e interpretação.

A arte é uma fonte inesgotável da compreensão que procuramos incansavelmente do ser humano. Por isso, a arte que nos afasta não é a verdadeira arte.

A arte faz-se de pessoas, de tempo e de tempos. De lugares e memórias. De invasões e sobreposições. Passados dentro de presentes. Princípios continuados e decepados. Finais enternecidos. Cheiros ocres de pensamentos fertilizados. Despedidas difíceis. Sonhos eternizados. Todas as cores numa só. E algum reggae. E de interrogações...

Para onde levam as pessoas que sempre as conhecemos? O corpo gasta-se, contorce-se e apaga-se, como um lápis numa folha de papel. Mas mesmo a marca mais leve de um simples traço, é indelével aos olhos do amor de quem o traçou.

Deixamos de poder tocar na carne. É ocultada e fundida com a terra. Mas a memória também alimenta a obra. As interrogações...

O teu pai? O teu irmão? A tua tia?

Estão tapados por grossos grãos de terra. Estranho...

Estou a esquecer-me dos seus rostos, das suas vozes, dos seus gestos e dissertações… Colaram-lhes a boca, os rostos quase encolheram, endureceram, embaciaram, mas escondem um levíssimo sorriso para os olhares mais sentidos e entendidos.

A arte de amar e reconhecer o interior. O chegar, o ficar, o debandar. Voar para casa. Fluir com o tempo. A beleza eternizada na pele rosada luminosa e transformada em socalcos gretados de despedida. Fixados no papel e no ecrã da mente. O projeto humano que não se esgota na ausência.

Sentir likes na vida com arte.

E um contínuo até já. Cumprimento clicado com os dedos em pele de arte e ativar um novo post no ciclo de vida.

Palavras em digressão pela poesia.

 

                                                                 Rouxinol, 22 de abril de 2013

                                                                            Rosa Duarte




 

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