A ARTE EXPANDE A BELEZA
Não é preciso tirar um curso para apreciar a beleza da arte.
A arte em cada manifestação humana de vida. Basta dedicar-lhe um pouco de tempo
e gratidão. Assim é a natureza, que já é bela. Mas quando a contemplamos,
parece-nos mais deslumbrante. Como se o olhar humano beijasse cada paisagem,
cada pedaço de terra, e a sua comoção se liquefizesse em gotas de orvalho em
cada pétala. Essa fascinação, a do artista, ele representa-a e fixa-a, segundo
a sua técnica e interpretação.
A arte é uma fonte inesgotável da compreensão que procuramos
incansavelmente do ser humano. Por isso, a arte que nos afasta não é a verdadeira
arte.
A arte faz-se de pessoas, de tempo e de tempos. De lugares e
memórias. De invasões e sobreposições. Passados dentro de presentes. Princípios
continuados e decepados. Finais enternecidos. Cheiros ocres de pensamentos fertilizados.
Despedidas difíceis. Sonhos eternizados. Todas as cores numa só. E algum reggae. E de interrogações...
Para onde levam as pessoas que sempre as conhecemos? O corpo
gasta-se, contorce-se e apaga-se, como um lápis numa folha de papel. Mas mesmo a marca mais
leve de um simples traço, é indelével aos olhos do amor de quem o traçou.
Deixamos de poder tocar na carne. É ocultada e fundida com a
terra. Mas a memória também alimenta a obra. As interrogações...
O teu pai? O teu irmão? A tua tia?
Estão tapados por grossos grãos de terra. Estranho...
Estou a esquecer-me dos seus rostos, das suas vozes, dos seus
gestos e dissertações… Colaram-lhes a boca, os rostos quase encolheram, endureceram, embaciaram, mas escondem um levíssimo sorriso para os olhares mais
sentidos e entendidos.
A arte de amar e reconhecer o interior. O chegar, o ficar, o
debandar. Voar para casa. Fluir com o tempo. A beleza eternizada na pele rosada luminosa e transformada
em socalcos gretados de despedida. Fixados no papel e no ecrã da mente. O projeto
humano que não se esgota na ausência.
Sentir likes na vida
com arte.
E um contínuo até já. Cumprimento clicado com os dedos em pele de arte e ativar um novo
post no ciclo de vida.
Palavras em digressão pela poesia.
Palavras em digressão pela poesia.
Rouxinol, 22 de abril de 2013
Rosa
Duarte
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