quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

calendário fadista 2015

Meus queridos,
 
Desejo-vos umas Boas Festas e um Ano de 2015 repleto de alegrias e de música.
 
Viva o Fado!
 
Com Amizade,
 
Rosa Maria Duarte

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Silenciar quem nasceu para cantar


PROVAVELMENTE O ANIMAL MAIS INFELIZ

Começo por pedir perdão aos produtores de galos capões. Este negócio é uma importante fonte de sobrevivência de muitos, em especial no concelho de Paços de Ferreira.

Mas será que não se pode ficar pela criação do galo não capado? É preciso sujeitar tantos bichos ao processo doloroso de lhe remover os testículos (barbilhões) entre as 6 semanas e os três meses, para perderem a crista, o canto e outros interesses?

Muitos não sobrevivem à capação e morrem.

Eu sei que sou suspeita porque não como carne. Ainda como peixe por necessidade do meu organismo. Quando, de todo, não tenho outro alimento, já me tenho visto na contingência de me socorrer do prato de carne que há. O que, em 15 anos, aconteceu raramente.

Eu sei que aprendemos na escola que somos seres omnívoros. E há profissões que exigem muito esforço físico, cuja alimentação tem que incluir um ingrediente mais substancial como a carne. O que não acontece no meu caso, nem de muita gente. Em tempos, na história, a ação militar era medida pelo ímpeto dos guerreiros. Mas em tempos que já lá vão...

Intemporal é o direito à vida. E os humanos têm que se alimentar para continuarem vivos. Mas podem perfeitamente alimentar-se com sucesso sem massacrar outros e, até, permitindo aos animais vidas e mortes indolores.

Ser um galo condenado a uma iguaria natalícia, é irónico; nem mesmo a sua carne mais tenra e gorda iliba o ato. É uma quadra de celebração do nascimento ou de morte? Qual será prioritário para o humano: o respeito ou a gulodice?

O segredo da saúde física e afetiva do ser humano passa pelo respeito pelos que são servidos à sua mesa. Este é, sem dúvida, um tópico multifacetado de ampla discussão (se pensarmos nos frangos nos aviários, nos peixes nos viveiros, na qualidade das rações…)

Parece complicado, mais é muito simples chegar à decisão de não comer carne (para além das razões comuns das dietas e da prática do naturismo). Basta imaginar vivo o animal que está esquartejado no prato. Ou pensar nos animais de estimação de cada um ou pensar concretamente naquele que está a fazer de refeição, que poderia ser em tempos (de criança, por ex.) um amigo… Para mim, quando criança, as galinhas eram, na minha imaginação, os meus cavalinhos de brincar.

As mudanças de mentalidade levam o seu tempo. «Roma e Pavia não se fizeram num dia», que é o provérbio que remonta ao império romano, precisamente ao mesmo tempo em que, segundo a lenda, o imperador-autor da lei instituiu a dita capação dos galos. E tão somente porque o não deixavam dormir.

Convenhamos, é de uma inadmissível crueldade silenciar quem nasceu para cantar!
 
 
 

sábado, 13 de dezembro de 2014

Fado na STP no dia 7 de fevereiro de 2015

   Queridos amigos,

   Posso contar convosco na minha apresentação sobre «A Saudade e o Culto da Tristeza no Fado»?


FADO NA SOCIEDADE TEOSÓFICA DE PORTUGAL

DIA 7 DE FEVEREIRO DE 2015

 15H30M

«A SAUDADE E O CULTO DA TRISTEZA NO FADO»

APRESENTAÇÃO POR: ROSA MARIA DUARTE 


 
Com tertúlia de fado

na Sede da S.T.P., Lisboa (rua José Estêvão, n.º 10) 

Vital d'Assunção (viola) e Joaquim Ribeiro (guitarra portuguesa)   

                                     ENTRADA LIVRE.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

crónica publicada no «Setúbal na Rede» e no «Diário da Região»

Educação
por Rosa Duarte
(Professora)
      
http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=22177

Qual será a cultura que melhor educa?

 
Ainda que repentinamente, lá vem um dia, no meio da rotina quotidiana, em que reparamos com os olhos da mente naquilo que se passa à nossa volta. E constatamos um índice elevado de tráfego de acontecimentos que nos rodeia e que inevitavelmente nos vai afetando. Então, pensamos também no impacto que essa cultura tem sobre o comportamento de cada um, no molde de uma determinada educação e experiência social, que se acredita ser o garante do sucesso das nações organizadas.

E surgem reflexões interrogativas como: Qual será a cultura, embora todas com limitações, que proporciona uma melhor educação ao indivíduo, que preserva melhor a integralidade da sua condição de livre pensador e continua a valorizá-lo na sua participação cívica ativa? E: até que ponto a desejável construção do indivíduo social não compromete o crescimento livre na infância, na juventude e até a maturidade na adultez?
 
E vem à carga a velha máxima: somos ou não, realmente, livres? Ou mais provocatório ainda: apreciamos verdadeiramente a liberdade do outro como se aprecia a própria?
 
Uma pessoa mal educada, que nem sempre tem pouca idade, precisa de se formar continuamente para aumentar a sua capacidade de sociabilização. E em consciência, o bom educador, quando está atento, quer educar para integrar, como nas escolas o professor com as suas crianças e jovens. Mas nem sempre se dá conta quando  empresta demasiados pensamentos seus (ou que julga ser seus) e ações aos seus educandos. Querer-nos-emos imitar ou plasmar uns nos outros?
 
Se qualquer interpretação do mundo feita por sábios pensadores ou filósofos é inevitavelmente cultural, o pensamento tantas vezes descuidado do cidadão comum arrasta consigo muitas categorizações ou generalizações culturais, suas ou não, que são danosas.
 
As sociedades desenvolvidas procuram não invadir (pelo menos em excesso) o espaço do crescimento individual. Contudo, os valores que asseguram o bem-estar social respiram sobre a vontade individual. A pessoa educada é aquela que conhece as regras e procura cumpri-las, não só a pensar nos outros, mas também para zelar pelo seu bem-estar gregário.
 
Hoje fala-se em sociedade das nações porque a globalização tem aproximado muito os povos e facilitado a comunicação multicultural. Mas por enquanto ainda há cultura ocidental e cultura oriental. Cultura portuguesa e cultura europeia. Ou mesmo cultura familiar, escolar, laboral…
 
Onde todos os homens são nossos semelhantes. Mas, no entanto, é mais semelhante aquele que se parece connosco: nas ideias, nos gostos, no estatuto… E mesmo assim não sossegamos enquanto não entramos na cabeça uns dos outros. E argumentamos que tem que ser pelas melhores razões… Ou seja, vigiar quem não obedece (ou não se submete). Mobilizam-se forças à “paisana”… Se se fosse fazer uma medição da frequência e do grau de controle que os indivíduos praticam entre si no seu dia a dia, mesmo em democracia, quais seriam os valores desses gráficos (sem sequer se pensar nos propósitos dos serviços secretos de espionagem)?
 
Continua a histórica cultura da massificação. Que quando não se consegue mudar quem pensa e quem age de outro modo, reprime-se ou, simplesmente, marginaliza-se. Numa expressão humanista de inclusão social ou de cultura da amizade...
 
Tudo se pode avaliar nas culturas: o fado lisboeta será melhor do que a tourada madrilena? Ou o cinema francês melhor do que o teatro inglês? Ou a gestão económica na Alemanha do que a da comunidade europeia? Ou a ambição americana do que a espiritualidade tibetana?
 
Haverá uma cultura que melhor nos eduque (enquanto não se acabar de vez com a cultura)?
 
Qualquer opinião sobre isso é voz de uma cultura predominante. Vale o que vale. Se calhar este tipo de pensamento só levará ao diálogo se se tornar transcultural,  com respeito à séria…
 
Num sistema de ensino, como o português, a orientação é mais instruir do que educar. E fora da escola? A cultura de influência vai decalcando o comportamento e os discursos aprendidos na comunidade, seja mais política, ou religiosa, ou comercial, ou de entretenimento, ou mais permeável aos mass mediaA verdade é que a natureza humana só tem conseguido sobreviver a si própria no que de forte tem o seu pendor artístico.
 
Porque tem sido pela arte que o indivíduo se tem bastado a si próprio para desafiar o normativo grupal, romper as convenções, quebrar as regras culturais que o aprisionam. É no mundo da criação que ele atinge o privilégio de ser único, vanguardista e insurreto. É nela que se transporta à realidade que transforma ou recria. E consegue conquistar a beleza até no próprio grotesco. É pela arte que surpreende, escandaliza e inova. Ao criar, liberta-se. A sua dor ganha som melódico, desenho e colorido. A sociedade, por despeito ou mesquinhez, muitas vezes castiga-o pela sua subversão. Mas secreta ou publicamente admira-o. Nem que seja postumamente.
 
É em cada ato criativo que o homem se eleva acima do material, o que lhe garante a intemporalidade da dignidade existencial.
 

[Setúbal na Rede] - Qual será a cultura que melhor educa?

[Setúbal na Rede] - Qual será a cultura que melhor educa?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

ainda aprendiz de poesia...

Remexendo no baú...

Aqui vai um poema que escrevi quando era, e ainda sou, aprendiz de poesia. Acho que vou sê-lo sempre: aprendiz da vida, aprendiz do amor, aprendiz do fado, aprendiz da escrita, aprendiz do sonho...

É um reles manuscrito encontrado no 2º gavetão do móvel da sala de jantar (espaço que contém relíquias de faturas, ecografias e afins...). A data que eu assinalei é 11 de outubro de 1987, que ao tempo, penso, ainda pertencia ao grupo de jovens intelectuais autointitulado «Círculo Juvenil de Cultura». Certo é que ainda publicámos duas coletâneas de poemas e desenhos.

Meia-roda
roda tonta
rodopia-me
a razão.
 
Rasga-me o sonho
sonha-me a vontade.
Se sabem de mim
em breve, que me farão?
 
Condenação, condenação
tocada ao som das trevas.
Tanta luz, tanto brilho
ao longe. Lá quando?
 
Ribeiro, aragem
recreio da vida.
Eu queria-te, meu bem.
Eu vejo-te, não sei
...para lá de mim!
 
Ajuda, 11 de out/1987
 
Título: autorretrato
Ecolines e lápis de cera
Autora: Rosa Maria Duarte
2009
 
 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

discurso no dia do lançamento do «Fado Firmado»

BOA TARDE A TODOS.

É COM GRANDE ALEGRIA QUE ESTOU HOJE AQUI COM VOCÊS, MAIS UMA VEZ NUM ENCONTRO FADISTA, EMBORA AGORA COM UM POUCO MAIS RESPONSABILIDADE, E COM MUITO GOSTO.

COMEÇO POR AGRADECER A TODOS A VOSSA PRESENÇA, AQUI NESTE AGRADÁVEL RESTAURANTE, COM MUITO APOIO DEMONSTRADO. NATURALMENTE AO SENHOR PAULO PELA AMÁVEL HOSPITALIDADE NA SUA TÍPICA «A MURALHA» E AOS SEUS SOLÍCITOS FUNCIONÁRIOS.

AGRADECER AINDA, E EM ESPECIAL, AO VITAL D’ASSUNÇÃO, GRANDE VIOLISTA, COMPOSITOR E LETRISTA, NETO DO GRANDE MARTINHO D’ASSUNÇÃO E O PRODUTOR DOS MEUS DOIS CD’S, AO FILIPE LUCAS, EXCELENTE MÚSICO E GUITARRISTA, ERUDITA FORMAÇÃO MUSICAL, AO LUÍS HENRIQUES, O NOSSO INCANSÁVEL TÉCNICO DE SOM E FILHO DO JORNALISTA E ESCRITOR MÁRIO VENTURA HENRIQUES E AO JOAQUIM RIBEIRO, GUITARRISTA CONVIDADO.

MUITOS JÁ ME CONHECEM HÁ MUITOS ANOS. OUTROS HÁ MENOS. SOU UMA PESSOA DE BONS PRINCÍPIOS, COM PREOCUPAÇÕES FORMATIVAS. E GRAÇAS AO FADO  ALIMENTO ESTA MINHA COSTELA CRIATIVA E MELANCÓLICA, AO MESMO TEMPO QUE ME PERMITE APROXIMAR CADA VEZ MAIS DAS MINHAS RAÍZES.

O MEU LEMA É: CANTAR E NÃO JULGAR. APENAS APRECIAR.

O FADO MORA COMIGO DESDE SEMPRE. MAIS A SÉRIO, OU SEJA, A CANTAR EM PÚBLICO, HÁ POUCO MAIS DE DOIS ANOS.

JÁ ERA UMA FÃ INCONDICIONAL DE QUASE TODOS OS GÉNEROS MUSICAIS. NÃO SÓ DE ASSISTIR A FESTIVAIS E CONCERTOS DE MÚSICA DE ESTILOS DIVERSOS. MAS O FADO FOI GANHANDO UM ASCENDENTE ÚNICO SOBRE MIM.

COMO NASCEU O PROJETO DESTE SEGUNDO CD?

COMO O PRIMEIRO. QUASE SEM QUERER. TINHA UM NOVO REPORTÓRIO QUE GOSTAVA DE REUNIR. O VITAL ACHOU QUE ERA UMA BOA IDEIA GRAVAR E AVANÇÁMOS.
NESTE 2º CD CANTO UM TEMA SEU, QUE É PRATICAMENTE ORIGINAL, E QUE SE CHAMA «QUANDO PARTIRES», COM LETRA E MÚSICA SUAS.

NO PRIMEIRO CD, SÓ ESCREVI UM TEMA ORIGINAL, QUE DEU O TÍTULO AO CD: FADO QUE CURA. EU SEI QUE O GRANDE PÚBLICO GOSTA DE TEMAS CONHECIDOS, POR ISSO APOSTEI  EM FADOS MAIS TRAUTEADOS.

ESTE 2ºCD INTITULA-SE «FADO FIRMADO» E É A PROVA FIRMADA DO MEU AMOR AO FADO.
CONTÉM DOIS FADOS ORIGINAIS NAS LETRAS QUE SÃO DE MINHA AUTORIA: O FADO RODRIGO E O FADO DO ARTISTA.

ESPERO PODER CONTINUAR A ESCREVER E A CANTAR, SE POSSÍVEL COM APOIO DA MINHA FAMÍLIA, DOS COLEGAS, DOS AMIGOS E DO PÚBLICO EM GERAL.

ACHO QUE GOSTAVA DE TER UM PADRINHO OU UMA MADRINHA DE FADO, MAS AINDA NÃO SE PROPORCIONOU.

O INSTRUMENTO HUMANO QUE É A VOZ TEM NATURALMENTE CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS. NO MEU CASO, A MINHA VOZ, QUE TEM MAIS GRAVES QUE AGUDOS, TEM UMA PARTICULARIDADE CURIOSA, QUE O VITAL JÁ TEM MENCIONADO: É UMA VOZ QUE LEVA MAIS TEMPO A AQUECER, MAS DEPOIS MANTÊM-SE SEM SE NOTAR CANSAÇO.

DE TAL MODO QUE, DURANTE A GRAVAÇÃO DO 2ºCD, NUM OU NOUTRO TEMA, EU FICAVA COM A IMPRESSÃO QUE CONSEGUIA FAZER MELHOR E QUERIA REPETIR O FADO. MAS O LUÍS DIZIA, QUE É PROFISSIONAL DE SOM: - ELA QUER MAS É CANTAR!

BEM, VOU INICIAR ESTA MINHA APRESENTAÇÃO DO CD PRECISAMENTE COM O TEMA DO VITAL «QUANDO PARTIRES».

(MAS ANTES VOU DAR A PALAVRA À MINHA ESTIMADA COLEGA FÁTIMA CAMPOS QUE ME CONHECE HÁ MUITO E VAI DIZER UMAS PALAVRINHAS).

DESDE JÁ, MUITO OBRIGADO POR NÃO TEREM DEIXADO DE VIR. 
A VOSSA PRESENÇA ALARGADA HOJE TEM UM SIGNIFICADO ACRESCIDO PARA MIM...COMO MUITOS SABEM BEM!

                                             3 de DEZEMBRO de 2014 / RESTAURANTE TÍPICO «A MURALHA»

                                                                       Rosa Maria Duarte

 
 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

«Fado Firmado» hoje às 18 horas no restaurante «A Muralha», Alfama

   Olá.
    Sim, é hoje.


   Até logo às 18h?


   Obrigado :)


   Rosa Maria Duarte