quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Fastread poetry

 Oh! canto de vida em cada folha navegante e pro-oxigenada

a saúde da rua limpa e verdejante respirável em cada cigarra

tão formiga sobe e canta ondas gigantes de braços ramagem.





Pensamento do dia

 Levanta a cabeça e não desistas de encontrar vida em cada movimento solto, em cada pensamento mínimo, em cada adormecimento distraído.

 



terça-feira, 27 de outubro de 2020

O último fado antes da noite

 


                         Fado em tempo de pandemia/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/30x40


Vou já, mãe. É quase noite e vão fechar. Que tempos estes! Que farei quando tudo é fado, mãe? Aquela senhora ali foi a primeira a chegar. Olha como o cigarro a fuma. Olha o fado que ela tem no olhar. Está presa ao sentimento. Àquela tela e àquele cigarro. Ao pintor, talvez. Veio com o fado vadio. Não tem frio. Deve comer alguma coisa. É como um galgo. Não tem vírus. Se calhar tem outros bichinhos que não a deixam dormir. Que não a deixam engordar. Que a dominam. A alma fica-lhe larga, a sobrar-lhe no olhar. Tem uma pedra da sorte? Que bonita! Vai mais um fado para o caminho. Senhora dona de si, fica até ao fim.

Pensamento do dia

 Nós somos estes (e não só) que olham as palavras, também o céu, o sol, o mar, a natureza, sabendo que enquanto estamos cá é para o que der e vier, porque somos uns bichinhos da terra tão grandes na vontade de existir e tão pequenos na vivência diária.


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Fastread poetry

 Somos engenharia de sentimentos matemáticos com previsíveis

colos e finas tabuadas poéticas sonhadas entre olhares divisíveis

multiplicáveis entre jovens e adultas humanidades em construção.



A anedota da Anne Bota

 - Ai, compadre, diga-me lá: quem é que não gosta de likes?

- Hãã? Ê cá prefiro laikes.

- Nã precebi.

- Daqueles que quando a gente gosta, eles abanam o rabo. Às vezes inté choram!


domingo, 25 de outubro de 2020

Fastread poetry

 

Eis um generoso e tímido braço de sol de outono anti-viral

a lembrar o gosto de um abraço morno natural e luminoso

a entrar no nosso lar radioso e confiante de sonho amoroso.

 

sábado, 24 de outubro de 2020

Queres pensar comigo LXIX

 - Olá. Bom dia. Logo de manhã de máscara. Sim senhor.

- Bom dia. A máscara passou a ser um prolongamento do nosso equipamento biológico. Tranquilo.

- O que tem que ser, tem muita força, não é?

- Então não ouviste aquela especialista que disse que prefere uma máscara a uma vacina!

- A sério? Está a exagerar.

- Não. A máscara protege mesmo, embora não a 100%, dependendo do tipo de máscara, da forma como a usamos e do cuidado que temos com ela. E a vacina? Quando um dia for segura, qual será o grau de fiabilidade?

- Achas bem usarmos máscara também na rua?

- Claro! Se é para proteger vidas, pois que venha ela.

- Há quem ache que é incomodativo...

- E é! Mas o nosso instinto de sobrevivência e de solidariedade apela-nos ao sentido de responsabilidade, não é assim?

- Claro! Mas quando estamos garantidamente sozinhos na rua ou com coabitantes, não é necessário. É só quando há possibilidade de aproximação de gente sem haver possibilidade de distância social.

- Eu não tenciono prevaricar. E não é só pela multa...


 



sexta-feira, 23 de outubro de 2020

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O que é que a história te roubou?

 Sei que estás bem, ainda bem, hoje, mas nem sempre pudeste ser quem és, tiveste uma identidade qualquer, por causa das tuas palavras? querias ser ouvida? houve sempre quem quisesse ouvir, o melhor era seres tu a ouvires-te, ouves-te, ainda bem, assim consegues ser tu pessoa, poeta, pensadora, pescadora de ideias próprias, influenciadora, não queres, nem precisas, somos todos importantes, sem querermos ser influenciadores, sem querermos ser influenciados, pois, o nosso corpo é a nossa mente, a nossa mente o nosso corpo, a nossa casa, os outros, a nossa história, não viveste antes o hoje, não viverás amanhã o hoje, a história rouba aos poucos os entretantos, a ti, a mim, a nós, a história vai descontando os outros ao todos. Mas não é um vírus que consegue roubar os pormenores. Só a história descontada. Pelo esquecimento. Olá. Quê? Chegaste agora?


Fastread poetry

 

Glo glo glo no fundo de mim à procura de um poema novo

na maresia escalada o tempo da árvore-genealogia regada

a vento poesia fado fantasia amor criancice sonho conforto.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

domingo, 18 de outubro de 2020

Pensamento do dia

 

Não te impacientes, bocarra de fumo, porque o respirar da terra é uma barriga de fogo que limpa, protege e (des)penaliza o deslumbramento.