Não nos poluam, por favor!/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46
Ai nosso rico São Pedro
Seixal Sintra Montijo...
és nosso santo sem medo
pingas sardinhas no dedo
benzes o mar em segredo.
Exércitos de nuvens tomam de assalto um céu azul indefeso
com voos lentos e determinados a redecorar o alto supremo.
É a lente-mãe das cores na terra sedenta de sol de paz e água.
Ser mãe é ser-se maior
é dar como quem beija
é ter tudo sendo pobre
é amar é ser-se amada
é ver alegria no esforço
é ver o amor a crescer.
- Ó comadre Hortênsia, muitos parabéns. Esse seu jardim alentejano está finalmente bonito e arranjado.
- Obrigado, vizinha. Custou, foi devagarinho, mas foi. Agora não somos só a vila morena. Somos também a vila florida.
- Ó dona Hortênsia, mas não é a Madeira que é considerada um jardim...?
- Ora essa, sua magana! Ainda temos uma pinguinha de água para matar a sede... E nesse caso, os Açores também não o são?
- Humm, cá para mim, a avó da comadre veio mas foi do Japão ou da China...
Ó meu rico santo António
do nosso menino e do casório
bela sardinha que pinga à tua
vem dançar connosco na rua.