sábado, 29 de abril de 2017

Aconteci-me...

Aconteci-me
Ser vida pensante
coração potro
cavaleira errante
a desbravar sentires
peregrinos de alto
quadrante ermita
da inalação primeira.

Nasci-me
quase a gritar Sim
porque perguntar
ninguém me perguntou.
Nasci-me
e quase pronto.
Com algum amor
e menos pronto.

Vivi-me
a crescer conhecer
casa de alguma gente
flores vigor crescente
primavera de junho
tapadas de Lisboa
sonhos menina.

Pensei-me
a beber o suco
cada instante de poeta
promessas não vincadas
nuvens mais de passagem
raios que um sol amadurece
meio de ritos espontâneo
 destino incerto
talvez incontido.

Revisto-me
com o nada de meu
 sorrisos ocultos
palavras de silêncio 
cores em leve pinceladas
fados em alto sentidos
quotidianos autorrelatados
poesia em colo alabastro
tom minino que nasci
revive  repensa revisita
para mim 
para mais alguém...

Rosa Maria Duarte



sexta-feira, 28 de abril de 2017

A anedota da Anne Bota


- Irra que aqui está muito húmido e escuro!

- Quem está a falar? - questiona-se a erva do jardim.

- Sou eu, a comum minhoca do campo.

- Porque é que não a vejo, dona minhoca?

- Oh, porque estou escondida. Nunca foste à escola?! Pois... É que andam p'raí umas aves danadas por matar a fome à minha pala.

- Olhe, eu já estou habituada, amiga. Volta e meia, arrancam-me as pontas à má fila - desabafa a erva - mas volto a crescer.

- Ainda bem, querida ervinha, porque vou agora mesmo, aí, espreitar o teu verde, que cheira, aqui, que é uma delícia...

- Gluuum! Ai que rica minhoca! - regala-se a pavoa transeunte, engolindo-a.

Migrações

O mundo migrante sente nos continentes
as mudanças reais das suas pobres gentes
camiões velhos semi rígidos a bom preço
lanchas a abarrotar de carga bastante frágil
humana ânsia dum assento talvez seguro.

É a vida a acenar não à ávida morte
ventos fortes incertos das migrantes sortes
levam dó ou (des)interesses divinos a com senso
mãos (de)missionárias a tocar quase os esquecidos
fugitivos pesadelos no mundo não pacífico.

Rosa Maria Duarte









Ventos fugitivos
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
50x70

quinta-feira, 27 de abril de 2017

1.ª Conferência Internacional Ética, Política e Cultura – Migrações, que irá decorrer nos dias 5 e 6 de maio 2017 na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa

Obrigado à organização a cargo do CHAM e do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto.



Estarei lá.
A minha intervenção: dia 5 de maio às 17h15m, sala T9,

sessão paralela 5.



https://sigarra.up.pt/flup/pt/noticias_geral.ver_noticia?p_nr=61662

file:///C:/Users/Rosa/Downloads/Desdobr%C3%A1vel_Migra%C3%A7%C3%B5es_Lisboa_Maio2017_web.pdf

Minuto da amizade: Um abraço para ti, Liberdade.

Quadro a óleo em exposição na Casa das Artes em Cacilhas.

Condição de um povo valente e imortal.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Pensamento 'à la minute'



A alma do Alentejo reside na beleza da sua força natural, discreta e silenciosa. 

A anedota da Anne Bota


No skype:

- Ai vizinha, como foi bonito ontem na avenida da Liberdade! Tanto cravinho da liberdade!

- Pois, eu vi no canal português e deliciei-me! Que bonito! Ó dona Teresa, a nossa atual vizinhice é mais à distância.

- Ó vizinha, não interessa: quem nasce vizinho, morre vizinho. Então, coitados, não tiveram feriado, pois...

- Temos na quinta: o dia do rei.

- A sério? As voltas que o mundo dá. E nós aqui temos estátuas às vítimas dos monárquicos.

- Pois... A História às vezes é estranha. E olhe que até se está cá bem.

- Não digo que não! Mas também lhe digo, para mim rei só se for o do fado.

terça-feira, 25 de abril de 2017

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Será que eu valho tanto trabalho?

Olhar esquivo para aqui
um quarto de palavra para ali
um dedo de conversa à revelia
convívios intercetados
conversas proibidas
vontades atrofiadas
sentimentos intrincados
mentiras descaradas
bloqueios sociais
egos atarantados
eventos invejados
sonhos enviesados
palermices emocionais
cenas sem cansaço
trambelhos amalucados
ciúmes mentecaptos
alegrias indiciadas
de tanta atenção mal dada.
Alguém sem maldade?
Será que valho este trabalho?

rosa maria duarte








Minuto da amizade: um grande abraço para ti, Ricardo.

Quadro a óleo em exposição na sala da cafetaria
do Fórum Romeu Correia, em Almada

Hoje, um excelente profissional de saúde.

domingo, 23 de abril de 2017

Estou-me na tintas II
















Estou-me nas tintas II
Rosa Maria Duarte
Óleo s/tela
30x40

Poema meu, poema meu...

Poema meu, poema meu
quem é mais poema do que eu?
Diz-me em verso solto branco
livre a (en)cantar neste papel.

Poema meu, poema meu
faz talvez um dia seres meu
não na letra, não no tema
mas na alegria de seres eu.

Poema meu, poema meu
faz com qu'eu diga o que trago
faz qu'eu partilhe o que penso
que me saibam como eu sou.

Poema meu, poema meu
será que estás onde eu estou?
será que és quando eu sou?
Tu, minh' alvorada agridoce,
perdura no tempo (in)criado
a alma profunda que te dou.

Rosa Maria Duarte




A anedota da Anne Bota


- Bem, finalmente vou estrear a praia!

- Para que praia vais?

- É uma nova a estrear, para os lados da Cruz Quebrada...

sábado, 22 de abril de 2017

Lá consegui visitar e gostei.

Espaço Cultural das Mercês, ao Príncipe Real, Lisboa

Exposição de Artes Plásticas de Nuno Miguel Proença