Vês, homem, magoaste-me mais uma vez. É que eu também sofro, tenho seiva nos longos e firmes braços que ateimam em oxigenar o mundo, tocar o céu e falar com Deus.

 

Ontem fomos à feira do livro. Até as datas do calendário ajudam a recuperar a memória da liberdade de viver o ambiente agradável do mundo dos livros.

 

Onde houver tristezas, que nós levemos música / onde houver solidão, que nós levemos alegria / onde houver desconhecimento / que nós levemos cultura viva.

 

Somos leves levadas de sombras e lembranças lentas num lugar ligado ao sonho ao sentimento ao livre som do sussurrar do fluir da vida.

 

A cidade é a civilização humana. Com seres humanos a contrariar o escuro das ruas recônditas das pequenas e grandes urbes. Somos feitos de luz para além do tempo.

 

                            Para além do tempo/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

Composição plástica de Manuel Duarte

 

Muitos Parabéns, Querida Mãe, filha da serra e Silva de nome, pelos teus 90 anos, que continues com (alguma) saúde e muito amor.

 

São rosas, senhor/a, as pétalas vermelhas que se juntam à volta do verde caule/folhas, perfumam o silêncio do lugar e alimentam o olhar do bichinho humano.

Uma escultura da natureza. Parece estranha? É uma obesidade de árvore vetusta com uma textura natural muita artística.

 

Fastread poetry

 Entre pedras e pedrinhas acomodei o teu barquinho

tão pequenino e azul como a cor do céu a água do rio 

teu olhar de algas à espera da frescura da maré aroma

de aventura preso a memórias de conchas e de pérolas. 

Os livros não morreram e podem ser de viagens, música, conversas, história, mapas, fotografias, ficção, reportagens, sabedoria, humor, filosofia, desporto, crenças, saúde, política, poesia...fui à estante e hoje tirei este:

 

                            O livro do fado/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

Salve, Maria. Somos uma só: mãe das mães, da primavera de Maio, nome de todas e de muitos, devoção dos filhos, amor incondicional, poema da Criação, lindo fado em tom Maior, som infinito de união e força.

 

Se a flor leva ao fruto, a palavra ao amor, a criança ao adulto, a natureza ao perpétuo movimento, é o eterno retorno.

 

Este vento soalheiro semeia-nos brilhos de uma primavera sequiosa e audaz...

 

A anedota da Anne Bota

 - Ó vizinha (bate à janela), ainda dorme? Venha daí à procissão.

- Olá vizinha. Vou saltar!

- Ai que ainda se mata. Porque não sai pela porta?

- Ah, pois, isso queria eu...não tenho porta desde aquelas obras...

Fastread poetry

 Ó linda ermida do mar mostra-nos o azul horizonte à tua frente

luz do princípio do mundo fonte de ti do cosmo querer de Deus

abençoa aventura marinheira devoção divina pescando sonhos

peixe crenças orações xailes mães em sobressalto vidas breves.

O fado «Foi Deus» de Alberto Janes dedicado com muito amor à minha mãe neste Dia da Mãe.

 

«A gota de orvalho escorrega para o mar brilhante»

 

A guitarra bronzeia-se saudosa deitada à beira-mar, deixando a espuma do momento dedilhar-lhe levemente as suas sensíveis cordas um fado de gratidão pela poesia imensa que carrega no seu ventre e no seu coração.

 

O fado é homenagem à língua portuguesa

                     Guitarra sonhando com o mar/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

A fonte luminosa e o homem-alga. Lugares diferentes, o mesmo elemento: a água.

 

Vivemos o dia a dia a dar importância ao que é insignificante, oco, ilusório, irrelevante perante a grandeza do valor da vida humana e planetária, a beleza dos sentimentos elevados, o bem comum, a arte, a compreensão do mundo e do espaço conhecido e desconhecido, o incomensurável à nossa volta.

 

                                      O incomensurável/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

Está quase...vamos festejar TODOS juntos os 90 anos da mãe/avó/bisavó? Que tenha Saúde e Amor. :)

 

O fado é um agradecimento com arte por todos os momentos. Este é um deles...