PASSO POR MIM E JULGO
VER-ME
Passo por mim a meu lado
Julgo-me tão bem conhecer
Leio no meu rosto o espelho do
amanhecer
Penso nas palavras antes de escolher
Distraio-me dos outros que me olham
quando passam
E gosto do lugar de onde os observo
Estou perto de mim e nada me afasta
Do que sinto e do que rabisco
Trago no bolso um papel colorido
Cheio de letras algo desenhadas
E profundos pensamentos luminosos de
inspiração
Julgo que sou eu que os penso e os
invento.
Fico inebriada ao sentir-me lendo-os
Mas onde estavam eles antes de os
parir?
O meu laboratório de poesia é um r/c
alugado.
Sou inquilina do sentimento
temporário.
Passo por mim e julgo ver-me
E julgo conhecer-me
Sempre dentro de mim.
26 de abril de 2013
Rosa Duarte
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