Não tens um minuto para mim?
E eu gostava tanto, mesmo muito
de ser mãe; não gostavas de ser pai?
Querido, deixa isso então? Por favor
esses papéis na secretaria e vamos
pensar em nós os dois na livre alegria
de sermos pais de uma sentida poesia.
Querido, eu sei, não é tarde demais
somos ainda ternos muito sentimentais
inventivos, amantes, sonhadores, afetivos
queremos amar perdidamente a palavrinha
que nasça na minha ávida barriguinha.
Querido, deixa o ecrã e o rato, nessa pausa.
Desliga por meia-hora o mestre computador.
Abre o peito, sente a maresia, olha o longe
vamos ficar perto um do outro a sentir amor
pela poesia que vai crescendo dentro da vida
de mim de ti nós dois talvez com alguma rima.
Rosa Maria Duarte
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