- Olá. Por aqui? Pensei que ficasses a descansar mais um bocadinho na cama.
- Podia ter ficado, sim. Às vezes o pensamento não nos deixa dormir.
- Acontece. Fazer um exercício de relaxamento, ajuda. Estavas a pensar em quê?
- Estava a pensar no ser humano que ainda tem muito que aprender. Por exemplo: não se sabe defender. Sobretudo das influências do dia-a-dia. Não processa a informação. Por isso é tão manipulável.
- É verdade. Não quer dizer que o ser humano não seja inteligente. Mas a sua imaturidade no quotidiano torna-o muito manipulável. Claro que cada vez mais há consciência disso. Mas a juntar a uma certa preguiça mental e a uma carência de integração social, todos nós nos deixamos manipular, em certas circunstâncias.
- Todos nós?
- Todos nós. Quanto mais não seja, porque estamos cansados e não questionamos o suficiente. Não é o questionar à toa. É o saber questionar. Confrontar informação. Dar o benefício da dúvida. Não andar a convencer os outros nem a si próprio disto ou daquilo. Há factos que se podem comprovar. E depois tudo é dinâmico. O que hoje é, amanhã pode já não ser. Observarmos e evitarmos os discursos cristalizados ou ceticos, a não ser que seja mesmo essa a nossa vontade consciente...
- Pois é. Na sociedade estamos sempre a ser usados por técnicas de massificação. E quando não encarneiramos, somos pessoas não gratas.
- É verdade. É preciso ter coragem para se ser verdadeiramente um ser pensante. O habitual é, sem se perceber bem como, enfiarem-nos ideias na cabeça. Com objetivos diversos: comerciais, políticos, sociais, emocionais, profissionais... E devemos saber distinguir o que nos interessa daquilo que não nos interessa.
- A sensibilização para a ecologia interessa-me muito.
- Lá está. E não é porque há quem não acredita, seja quem for, nas alterações climáticas, que isso deve interferir nas tuas atitudes. O importante é estar atento e acompanhar os estudos e os factos.
- Concordo. A psicologia humana deve ser uma matéria cada vez mais presente na vida do ser humano. Sabermos interpretar o que se passa à nossa volta.
- Completamente. Uma psicologia aplicada aos pequenos e grandes momentos da nossa vida diária. Estarmos sempre atentos.
- Como dizem os escuteiros, sempre alerta.
- Isso. Sem obsessões nem preguiças. Presentes. Conscientes. Interventivos q.b.. A usar a cabeça que nos pertence e a pensar no bem comum. Não ser reativo. Não nos deixarmos afetar quando não queremos. De preferência deixar os outros a pensar, se for caso disso.
- 💭...
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