sexta-feira, 9 de março de 2018

Ai sorte marreca!

Desculpem-me esta expressão tão popular e bairrista. Saiu-me...
Às vezes apetece-me reproduzir estes desabafos de gente pobre e de conversa solta da minha infância.
É que às vezes até parece que a sorte entorta as costas da gente e fica-se com marreca. 
É certo que há muito humano resiliente. Por isso, não devemos deixar que a sorte se entorte ou nos entorte, nem que as costas se verguem ao peso de um destino contrariador ou 'lixado'.
E de quem me fui eu lembrar?
Não me levem a mal, mas lembrei-me de um caso espantoso: de Michael Edwards, o famoso 'Eddie, a Águia'.
Digo não me levem a mal, porque sei que há muitos casos de resiliência cá em Portugal.
Mas este exemplo de resiliência, comove-me bastante. Como pessoa, como mulher, como professora, como mãe, como artista, comove-me profundamente.
Michael Edwards tem, curiosamente, a minha idade. Tinha 25 anos quando foi aos Jogos Olímpicos de Inverno, em Calgary, no Canadá. O que este indivíduo lutou para ir aos Jogos Olímpicos! Para mim, este senhor faz parte integrante da história do desporto como um verdadeiro campeão, que o foi.
Não sei se Michael Edwards vai ler estas minhas palavras de apreço à sua capacidade de lutar por um sonho: participar nos Jogos Olímpicos.
Eu gostava que ele lesse e que soubesse que me junto a tanta gente em todo o mundo, reconhecendo-lhe um grande espírito lutador e de vontade dignificadora.
Segundo li, parece que o próprio achou o filme biográfico «Eddie, a Águia», que gostei muito, parcialmente afastado dos factos da sua história de vida.
E aproveito para desafiar todos os sonhadores resilientes, cada um há sua maneira, a escrever a sua história e a publicá-la. Mesmo que seja por pura carolice! O dinheiro nunca é um bom objetivo, per si. Mas o sonho é dos momentos mais belos do ser humano que merece ser partilhado pela dádiva ao outro.

Desejo-lhe muitos e bons anos de vida, Michael Edwards. 

Eu sei que a sorte às vezes é uma grande marreca. Mas diz o povo que dá sorte tocá-la. «Voz do povo, voz de Deus, minha senhora mãe» diz Maria de Noronha a sua mãe, Madalena de Sousa Coutinho no Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett.
Porque não tocá-la? 😉




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