sexta-feira, 16 de março de 2018

- Ailó! Sim, querida prima Vera. Venha, venha depressa, que o senhor Inverno está a ficar velhinho. Quer descansar. E nós precisamos da sua companhia, por favor.

- Desculpa incomodar-te, prima. Nós sabemos que o clima já não é o que era. Mas, sabes, nesta nossa rota lusa já chegaram casais de andorinhas que se esvoaçam, felizes. Devem andar a namorar. E isso puxa-nos pelo sentimento e pela saudade.

- Viva, amiguinhos. Vocês sabem que eu gosto sempre de vos visitar. Dar-vos um pouco do meu colorido e perfume. Conversarmos um pouco sobre o tempo, a vida, o namoro, o amor e tantos rituais de encantamento na maravilha dos 4 elementos da natureza. Mas acontece que o planeta Terra tem sido muito maltratado. É preciso chover muito, nevar muito, rebuliçar ainda mais para haver condições de sobrevivência para a humanidade.

- Nós sabemos que tens razão, prima Vera. Mas o senhor Inverno pode prolongar a sua estadia por cá e tu não deixares de vir. Por favor. Vem animar a nossa casa e dormir no colo do avôzinho Inverno. Faremos, com as tuas flores, umas coroas e uns chazinhos e pomo-lo, quando quiserem, na alcova mais fofa até ao próximo ano de frio.

- Claro que eu estou habituada a pensar nisso. Até já vos mandei algumas flores, uns braços de sol e uns acordes melodiosos. Esperem então por mim, se tiverem paciência. Sigo no comboio daqui a uns dias, se o calendário irreverente me deixar cumprir a minha agenda.

- És uma grande camarada! Obrigado, prima Vera. Tem uma boa viagem, querida. Beijinhos aos outros países e às regiões diversas do teu poeta do mundo. 


Sem comentários:

Enviar um comentário