Há tanto para ouvir, pensar, ensinar e aprender.
Eu leciono há tantos anos, mas aprendo cada vez mais e sobretudo com os meus alunos. Naquela indisciplina de bairro que nem sempre consigo atenuar com os meus ensinamentos estrategas. Indisciplina pela qual vou vislumbrando os medos e as zangas nas suas vidas ainda tão curtas. Os jogos de confronto com os adultos. Os castigos que eles desafiam para substituírem a mais leve consciência de sofrimento causado pela distância da tão desejada atenção do outro. Porque os que mais castigam são os que mais sofrem.
Por isso, peço 9 meses de suspensão disciplinar para o sofrimento e para a incomunicabilidade afetiva.
Ao fim de cada dia, muitas vezes, sento-me junto à janela e penso no melhor que a vida tem. E fico bem melhor.
Eu posso entender que é melhor castigar porque tenho justa causa (e é tão fácil magoar os mais jovens!), mas a alegria do nosso entendimento é bem mais melodiosa e construtiva.
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