quarta-feira, 31 de julho de 2024

Fastread poetry

 E sonhas todos os dias?

Há neste sonho sombras e luz

passos irrefletidos nas folhas

do caminho estreito e belo

às vezes misterioso

pedras chilreadas

sussurradas

segredadas

tantas vezes emocionadas

passamos as mãos em carícia

e não queremos olhar para trás.

Temos umas pernas hesitantes

talvez um pouco cansadas

mas queremos olhar em frente

ainda olhamos à volta

onde há certezas

e as incertezas

muitos silêncios

nos nossos pés acima

as cores das nossas pernas

bronzeadas pela luz

entre a folhagem

os muros de altos

sentimentos

que conversam baixinho

uns com os outros

para não acordar

a avó velhinha

do nosso passado 

naqueles mesmos lugares

maternais ancestrais

tão intensos e embelezados

enrugados

pelo tempo esverdeado

com as lágrimas da saudade.





sexta-feira, 26 de julho de 2024

Fastread poetry

 Deixa o cabelo ao vento

o sonho ao tempo

o amor ao firmamento

a canção ao momento

o olhar ao embelezamento

a consciência ao infinito

a ciência ao pensamento

a luz ao discernimento

a serenidade ao divino.

 



terça-feira, 23 de julho de 2024

Fastread poetry

 As noites quentes

de julho

abafam a voz

dos que olham

o relógio

do tempo

o corpo

da lua

tão perto

tão distante

que pede 

todos os dias

ao sol

mais uma noite

de um brilho

tímido

talvez também

depois

devagarinho...



domingo, 14 de julho de 2024

Fastread poetry

Vamos conhecer

o desconhecido

aquele que se calhar

até já vimos

mas não reparámos

não olhámos com atenção

não oferecemos algum tempo

do nosso tempo

para conhecer um pouco...

 

Nós somos desconhecidos?

às vezes o tempo

não chega para tudo

para mais que o costume

se calhar precisamos 

de estar atentos

para nos conhecermos

um pouco melhor...

Há quem tenha tempo para si

e não se conheça...

 

É preciso viajar sem pressa

apanhar um veículo de

duas ou mais rodas

até à mente mais próxima

até um fundo do peito.



quarta-feira, 10 de julho de 2024

Fastread poetry

 Nas curvas deste caminho

olhamos para além da cerca

alongamos a vontade humana

para sentir o perto e o longe

para conhecer melhor

o caminho solto único

do tempo do presente

numa memória livre

das recordações

das vivências sonhadas

e seguimos sobre as águas

o vento na serenidade

de nos encontramos...


terça-feira, 9 de julho de 2024

Fastread poetry

 Há ali um azul

ainda luminoso

sinal dos dias

limpos de palavras

saltitonas

num campo relvado

a querer 

saltar de boca 

em boca

cantarolando

verbos conjugados

fora de jogo

perto das balizas

e o azul fiscal de linha

menos tagarela

só quer dormir

no verde relva

quase crepúsculo

ao relento.

 


domingo, 7 de julho de 2024

Fastread poetry

Se eu estou por cá?

Sabes, nem sempre estou 

por cá assim por perto

de corpo e de alma

às vezes suspiro

porque estou longe

para lá daquela

linha na soleira

daquela porta fechada

a recordar os azulejos

desenhados por alguém

artista anónimo

e eu ando anónima

à procura da nossa

chave do tempo

sem a encontrar

no fundo da minha mala.

 




quarta-feira, 3 de julho de 2024

Será que um pintor na tela pode pintar azulejos?

 Há por aí um cupido travesso à solta...

 




                      O cupido do azulejo/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46