Uma árvore vestida de noiva...

 

«Gatinho estás à janela com os teus bigodes ao sol, não me vou daqui embora sem levar uma fotografia tua...»

 

Ah, pois...uma aventura dos diabos com um camião de grua...o condutor manteve a calma, com ajuda do povinho a coisa lá se resolveu...

 

Um poço de (re)iniciações cíclicas com marcas de água, de tempo, de movimentos subterrâneos, de subtilezas no mundo escondido aos nossos olhos, até ao centro da Terra...

 

- Olá. És o Splinter das tartarugas ninjas?

 

À luz na janela do teu rosto/quando acordas estremunhado/ouves o silêncio de um domingo/e a calma de uma chuva aliviada...

 

Fastread poetry

Ala moços

vamos à horta, 

ó senhor horticultor

quero cheirar o hortelão

que o perfume inebria

ai o brilho da clorofila

naquelas folhas verdinhas

as gotas tão transparentes

as nuvens tão carregadinhas

de orvalho e maresia.

 

Bom dia, prima Vera. És prima do Verão...aquele da ilha deserta com mar azul, sol a nascer, sombrinhas sonhadoras a cruzar os céus...

                          Quero ir para a ilha!/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

O comboio interurbano dos abraços apertados com destino ao dia do Pai vai dar entrada na linha telefónica para os filhos afastados de casa...

 

Gostas mais de chapéu de chuva ou sombrinha? Os chapéus de chuva podem também proteger do sol, mas as sombrinhas, habitualmente mais decorativas, nem sempre são impermeáveis...O chapéu de chuva ou de sombra é um objeto-telhado-tenda que nos protege, nos faz lembrar a cúpula, o céu, a casca de um caracol...tão colorido como um arco-íris na rua rosa dos bares e noutros pontos de encontro...é um telheiro ambulante...É pena esquecermo-nos dele tão facilmente, senão até investíamos mais na sua escolha :)

 

Fastread poetry

Dizem-nos alguns

com olhos sabedores

mais coisas da vida

vão por ali

o caminho é estreito

pouco convidativo

se calhar incolor

talvez desajeitado

mas tudo é passageiro

fazemos o destino

preparamos o caminho

viajamos em 2ª

procuramos sem cansar

a beleza do tempo

e o sentido humano

de estarmos juntos...

grafite em liberdade. 

  

Um sábado de (quase) roteiro jovem por lugares novos-velhos de uma alcova de outrora, a nossa Alcântara...

 

Vamos fazer planos para o fim-de-semana? Eu leio para ti, tu escreves para mim, ela canta para nós, nós dançamos para ela, vocês sorriem para nós, eles falam para elas, elas agradecem a todos com cores, flores, amores...

 

Há na natureza uma explosão de alegria e gratidão na farta fertilidade e brilhantes matizes, formas e perfumes, raizes saciadas de água e de companhia de outros seres labutadores...

 

Somos todos simples personagens viventes de bairro talvez famintos a empurrar velhos ferrugentos carrinhos de bebé cheios de tralhas recolhidas aqui e ali, nem sempre úteis à nossa barriga, à nossa mente e às nossas memórias que teimamos em não deixar esquecer, julgando-as as nossas âncoras, os nossos mais fieis haveres terrenos longevos identitários...

 

Fastread poetry

O poeta e o filósofo

fundidos num ser só

olham enlevados o mar

engrossado pela chuva

mais um sol envergonhado

e um farol a comandar

entressentem-se e 

comentam a sussurrar

um para o outro

para si próprios

para não acordar 

o temporal mental:

- qual de nós 

vê claramente

visto o fenómeno

marinho melhor

a força da beleza maior

aquém deste horizonte

do humano sonhador?

 

                                        O encontro/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46

As águas da chuva animam as cidades e as serras...por vontade regina cósmica e oração humana...

 

Dia Internacional da Mulher

Sim, és tu

És essa pessoa

És uma mulher

humana presente

mulher de um homem

ou de uma mulher

mãe de homens

e de mulheres

filha de um homem

e de uma mulher

fraterna de homens

e de mulheres

forte e fraca

nos sentimentos

diva do amor

da amizade

e da vontade

frágil no fado

de querer seres...

mulher de música elevada

quão amiga de ti própria...

 

Quem é que nos quer ver sorrir? Vamos lá, vamos observar para compreender e continuar a descobrir o melhor trilho no nosso caminho...

 

Vamos caminhar até ao campo, trepar aos lugares altos da nossa vontade, construir os nossos ninhos nos ramos das árvores, montar um condomínio de amizade com os animais na floresta, contemplar o horizonte no cume da encosta de qualquer serra, desenhar geometrias com a caruma solta nos telhados dos humanos amantes da natureza.

 

Fastread poetry

As fortes nuvens

são convidadas a uma dança

p'lo mar imponente 

cinza claro-escuro

luminoso atento

ao entrelaçamento

de cintura

desinibido almofadado

dançarino

carnavalesco

em união como

caretos marinho-celestes

prestes a aliviar

a vontade de 

festejar a pueril

desatenta

humanidade. 

Alguns corsos carnavalescos à entrada da cidade de Loures. Muito trabalhinho de alguns para todos poderem celebrar a nossa festa pagã que recebe entusiasticamente a época da fertilidade da natureza...

 

- Bom domingo, amiga chuva.

 

- Olá Março. Vamos começar a pintar as cores da Primavera?

 

                                      Que cores!/Rosa Maria Duarte/Óleo s/tela/55x46