O DIÁLOGO
A tão conhecida expressão “via do diálogo” abundante no
discurso politizado e de mediação, em geral, continua, de facto, a ser a
melhor via de entendimento para qualquer fim. Todavia, à medida que o tempo
passa e vamos sendo um somatório de experiências e vivências, constatamos que o
diálogo requer um ingrediente indispensável, o discernimento, ou seja, a visão
esclarecida que reflete a capacidade de descodificação das ideias e sentimentos
mais ou menos profundos que vamos construindo sobre nós e o mundo à nossa
volta, possível com um suficiente distanciamento emocional do falante com vista
a uma comunicação que se quer bem sucedida porque contém a inspiração e a clareza
necessárias.
Assim, o diálogo, no seu sentido genuíno de interação voluntária
e espontânea, deve ser engrandecido por uma consciência de aprendizagem
adequada, constante e aperfeiçoada, de compreensão do valor do conhecimento e
do esclarecimento nas relações humanas, prevenindo quaisquer mal-entendidos ou
conflitos devastadores para o indivíduo e para a vida comunitária, num permanente
desafio que nos prenda à vida.
Olívia Campos (quando eu lecionava DPS)
(Extraído do jornalzinho do departamento de Ciências Humanas
da E.S.M.M., nº 2, de 19 de julho de 2000, p.3)
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