quinta-feira, 1 de agosto de 2013

publicado no Setúbal na Rede


HUMANIZAR MAIS A ESCOLA E PARTICIPAR DA NOVA CONSCIÊNCIA COLETIVA


Eu penso que quanto mais ameaçada está a educação no nosso país, maior é a consciência da opinião pública quanto à necessidade de esta ser valorizada no sentido da construção intelectual, cívica e profissional dos nossos educandos.

Muito tem sido o recente apoio de pais e alunos aos professores a favor da qualidade de ensino, no que toca aos direitos adquiridos, ao direito ao trabalho e às condições mínimas necessárias para se desenvolver e  humanizar mais a instituição escola.

A crise, como todos sabemos, não é apenas económica. É sobretudo uma crise ética e de competências sociais.

É ação prioritária da classe política de qualquer nação a criação de futuros para os seus jovens. Que passa pelo respeito por quem trabalha e por quem quer trabalhar.

E há bons profissionais no ensino.

Os alunos afirmam com frequência ter uma boa relação com a escola.

Mesmo nas classes sociais menos favorecidas, temos pais e encarregados de educação de grande espírito de investimento educacional no acompanhamento escolar dos filhos, apostando num futuro melhor para eles.

Muitos dos meus alunos sentem a escola como a grande oportunidade de se desenvolverem como pessoas e como cidadãos.

Hoje que a escolaridade é até ao 12º ano, a obrigação do estado é maior ainda para assegurar os meios necessários para a dignificação do ensino. 

Contudo, há muita distração, nomeadamente consumista, resultante da falta de consciência social.

Os políticos deviam de ser os principais agentes de descodificação das reais necessidades e desejos da população.

Também é uma obrigação cívica de qualquer um de nós a participação e intervenção na vida política do país.

De preferência, com o saudável despreendimento em relação a cargos e a protagonismos.

Eu sou e sempre fui defensora da escola pública. Foi nela que me formei. Defendo a sua qualidade e a sua gratuitidade. Que está consagrada na declaração universal dos direitos do homem.

Acho que não temos licenciados a mais. Temos é um país com um problema gravíssimo de governabilidade que descuida os seus próprios filhos.

Ou que dispensa a sua força de trabalho porque não lhes sabe oferecer oportunidades e novos projetos de trabalho. 

Não há dinheiro nem condições para dar trabalho? Não é verdade.

O problema é a falta de autoridade no controle do incumprimento fiscal e na promiscuidade de interesses entre o setor público e o setor privado. Entre a política e as empresas. Os escritórios. Os hospitais. Etc…

A solução passa por estarmos atentos e à altura de remover as teias intrincadas de corrupção.

Reabilitar a ideia do serviço público é vital.

O que é que de melhor nós, professores, podemos dar aos nossos alunos?

Para além dos nossos conhecimentos e experiência, é a nossa atenção dedicada, o nosso afeto e a consciência responsável do nosso exemplo como seres humanos.

                                                                                 Rosa Duarte
 

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