Somos um
fado na cor breve da chuva
Livres da
saia plena de brancas rosas
Milagres do
mundo em plena ventania
Nos abrigam
e nos sussurram um naco
De amor
tostado de esforço e cantigas.
Caminho
percorrido nas velas de um tempo
Alimentado de
sorrisos, abraços e de choro
Amassados no
forno da intensa sentida vida
Mendigos de
saudades, partidas e presenças
Tão queridas
na melodia dos sentimentos.
Somos um
fado no encontro permanente
De nos
querermos e sermos quase um terno só
Dedilhados em
plangentes e dignos acordes
Versos em
métrica de sabores e aconteceres
Maravilhados
com o gigante engenhoso qual moinho
Intemporal
da nobre e peregrina criação do destino.
Utrecht, 8 de
julho de 2014
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