domingo, 13 de julho de 2014

o destino-fado, aquele moinho gigante


MOINHO GIGANTE

 

Somos um fado na cor breve da chuva

Livres da saia plena de brancas rosas

Milagres do mundo em plena ventania

Nos abrigam e nos sussurram um naco

De amor tostado de esforço e cantigas.

 

Caminho percorrido nas velas de um tempo

Alimentado de sorrisos, abraços e de choro

Amassados no forno da intensa sentida vida

Mendigos de saudades, partidas e presenças

Tão queridas na melodia dos sentimentos.

 

Somos um fado no encontro permanente

De nos querermos e sermos quase um terno só

Dedilhados em plangentes e dignos acordes

Versos em métrica de sabores e aconteceres

Maravilhados com o gigante engenhoso qual moinho

 

Intemporal da nobre e peregrina criação do destino.

 

                                 Utrecht, 8 de julho de 2014






                                     Rosa Maria Duarte

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