segunda-feira, 5 de setembro de 2016

«A Disciplina na Educação» - crónica de opinião publicada no «Diário da Região» a 5 de set de 2016








«A Disciplina na Educação» no Diário da Região
Rosa Maria Duarte
5 de setembro de 2016


A DISCIPLINA NA EDUCAÇÃO

A disciplina é um ingrediente essencial para uma boa educação. Todos sabemos quão estruturante da personalidade das crianças e dos jovens ela é. É (quase) indiscutível a sua importância para o bem comum.
Apesar de o diferente entendimento em relação ao conceito de disciplina, aqui no sentido de obediência a preceitos ou regras, ser também cultural, todos sabemos que o sucesso da cidadania é determinado por um bom sistema educativo, numa sociedade com normas que devem ser bem definidas e direitos suficientemente respeitados.
O educador mais exigente incorre sempre no risco de ser criticado pelo(s) seu(s) educando(s). Claro que depende da sua perícia e coerência educativa… Mas o educador facilitista também, ou mais ainda, corre esse risco…
E os maiores críticos dos pais são os próprios filhos.
É frequente ouvir-se dizer que os pais são, pontualmente ou não, preteridos pelos filhos a favor dos avós, por causa dos mimos e permissividade destes últimos.
Ainda não sei o que ser avó, mas sei quanto custa educar, nomeadamente os próprios filhos. Porque sabemos, por exemplo, que fazemos o papel de inflexíveis face a situações com as mesmas regras, já que as exceções geralmente fraturam em minutos um longo trabalho educativo que se quer coerente e, desejavelmente, dialogado.
Bem no fundo, sabemos que não se conquistam as simpatias dos educandos pela libertação aleatória de regras. Sobretudo aquelas que são predominantes na educação observada nos pares.
Mas os educadores raramente não falham. Ao ponto de, mais tarde, (quase) todos os ex-educandos apontarem com ênfase e uma memória descritiva bem definida os momentos difíceis que com o tempo elegeram lembrar da sua relação com os seus educadores. Em especial com determinado(s) educador(es). Mas mesmo daquele(s) que têm (muito) mais memórias boas do que não boas. Quantas memórias não partilhadas, mas não esquecidas!
Contudo, reconhecendo que lembrar o menos bom é, à partida, sempre bom porque abre a forte possibilidade do ex-educando, entretanto já educador, poder permitir-se a não cometer essas mesmas falhas…
Perante tudo isto, eis que senão quando os primeiros educadores, que começam a ganhar mais idade, naturalmente se revelam menos flexíveis face às habituais mudanças sociológicas, tecnológicas e/ou outras no mundo à sua volta, o que vai ofuscar a admiração dos mais novos em relação a estes…
Só falha quem se deixa levar pela fascinante aventura de aprender ensinando.
E, como diz um amigo psicólogo, só se zanga connosco quem verdadeiramente gosta de nós.


                                                                                                    Rosa Maria Duarte






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