
Rosa Duarte – Mestre em Estudos Portugueses
A cantiga é uma arma? Pois é. E há poesia nas palavras que nos beijam, é certo que sim. E quantas vezes nos comovem e nos sacodem! Agora até o fado é mais sociável e chega a contagiar os mais jovens em todo o país. Como diz o poeta: ‘Primeiro estranha-se, depois entranha-se’. Felizmente. Não será o amor à arte que nascemos para alimentar?
Lá, cartazes em gavetas-expositores modernas de calha, amarelentos e nostálgicos, anunciando a presença de certas bandas e cantores em longevas associações, escolas, clubes…
Grandes nomes da canção nacional como Fernando Maurício, Fernanda Baptista, em matinés no Feijó, no Laranjeiro, em Almada, no Montijo, em simples folhas brancas A4, escritos à mão.
Era e é a modernidade em cada geração.
Sobre a paternidade do rock’n’roll em Portugal, há sempre alguma coisa a dizer. Ainda antes e depois da primavera de 1974.
É que quando não há estrelas no céu e tudo é feio à volta, toca para as urgências do rock’n’roll. Além-fronteiras da melodia das palavras. Sem muros. Sem passaporte. Silêncio nos preconceitos. Intercontinentalmente falando.
E hoje continuamos fartos de certas consequências como esta poluição asfixiante e verborreica.
Qual? A poluição ambiental agravada, sem dúvida, mas também a poluição mercantilista e economicista. Velhos problemas a deambular por aí. Uns mais dissimulados que outros. Como esse da escravatura humana, em pleno séc.XXI, que diz que é mais rentável que nunca. E nós, portugas, de brandos costumes, que fomos dos primeiros a acabar com ela, e na calada da noite a apanhar com ela! Não há paciência!

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