- Bom dia, amigo.
- Bom dia. De férias, não?
- Digamos que neste ano atípico, há palavras que soam diferente. Não são bem férias...
- Eu sei. Mas temos que nos ir habituando a esta realidade, numa geografia mental própria.
- Geografia mental? Já tinha saudades tuas. Estás a pensar num mapa dinâmico das ideias que reside no mapa-padrão do nosso cérebro? (sorri) Se a vacina daqui a uns meses tiver cerca 50% de eficácia para a Covid-19, o que já não é nada mau, segundo dizem os especialistas, quer dizer que vamos sobreviver nos próximos tempos mais ou menos como estamos agora a viver, ou estou equivocado?
- Eu também não sou cientista, mas está visto que só nos iremos sentir seguros, pelo menos em relação a este tipo de vírus, quando houver imunidade de grupo.
- E isso é daqui a quanto tempo?
- Cada comunidade com o seu ritmo e as suas baixas. Anos, talvez. O que todos queremos, para já, é que as consequências más desta pandemia sejam as menores possíveis. Porque aquelas consequências necessárias para repensar a ação do homem no mundo podem não ser propriamente más.
- Quer dizer que temos que começar a perceber que a realidade é muito aquilo que se vê e também aquilo que pode não se ver. Vírus, bactérias, sentimentos, pensamentos, vontade, força espiritual, valores humanos, transcendências... Open mind?
- Open mind! O ser humano é complexo. Nem sempre é o que mostra, ou quer mostrar, mas sabe que só se conhecendo a si mesmo consegue melhorar a sua relação com o mundo. Abraço, amigo.
- ...com as devidas distâncias.
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