segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Há quem já não possa ouvir falar de praxes!


PARA UMA SOCIEDADE PROGREDIR, PRECISA DE CRITÉRIOS DE EXCELÊNCIA


Não será, com certeza, a primeira vez que se ouve esta frase, mas é bem verdadeira e incontornável. Só se progride se formos exigentes com o caminho do progresso social, que deve zelar pelo ritmo crescente do progresso moral.

O caminho dos valores é inequívoco e indispensável para a jornada coletiva.

Na semana passada, as praxes a recriar a tragédia do Meco, com palavras desrespeitosas alusivas às circunstâncias em que os seis estudantes morreram na praia do Meco, em Leiria e em Coimbra, não podem ficar impunes. Nem tão pouco por explicar.

Há uma intenção nestas atitudes que tem que ser apurada.

Se visava pôr a ridículo a forma como os media noticiaram todo o caso do Meco, queremos perceber como.

Se visava simplesmente mediatizar o ridículo das suas praxes, tanta imaturidade não deve ser aceitável em universidades.

Pela parte da direção da ESTG, esta "lamenta profundamente" a atuação dos estudantes e apresenta "sinceras desculpas" a quem possa ter afetado e vai "averiguar os atos praticados, apurar os responsáveis e apreciar as medidas a tomar".

No meu ver, há que ponderar a possibilidade de, no futuro próximo, as comissões de praxe passarem a ser eleitas também pelo corpo docente de cada faculdade. Inevitavelmente cada comunidade olha também para os seus professores quando é questionada a responsabilidade dos certos atos dos alunos, mesmo dos mais veteranos (ou sobretudo desses…)

Ouvem-se as associações de estudantes lamentarem o sucedido e condenarem a "atitude imatura de envolver uma tragédia no que deve ser uma atividade de integração dos novos estudantes". Não outra coisa se esperaria.

Não se pode deixar que dois ou três elementos estudantis, confusos ou imaturos, comprometam a imagem de toda uma excelente geração de jovens de boas práticas académicas, cívicas e sociais, que se pautam pelo respeito mútuo e partilham do forte pesar pelo desaparecimento dos colegas praxados no Meco e da dor das suas dedicadas famílias.

 

                                                                        Laranjeiro, 6 de outubro de 2014

                                                                                Rosa Maria Duarte
 

 

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