sábado, 3 de junho de 2017

Quando o tempo se arranja

Quando o tempo se arranja melhor
são lábios a festa e sinos as cantigas
tons de brisa enamorados das cortinas 
esguias as livres pontas das janelas 
sons em manjerico parapeito mocho
inebriado de sardinhas de cintura fina 
a bailar de um lado da grelha ao vento.

Quando o tempo se arranja melhor
é a gente esquecida nova de outrora
a abrir o gavetão das ervas em céus
e soltam em estrelas santos rapazes
e dançam em olhares garotos a dor
ardor de amor e vida tão breve fados
maiores menores servos do Tempo.

Rosa Maria Duarte





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