Vivemos tão próximos e tão afastados.
Somos vizinhos algo estranhos uns dos outros.
Conhecemo-nos de onde, senhorita Vivan?
Minha gémea não é porque não me lembro
de a ver no mesmo ventre dilatado a respirar.
Somos talvez torres gémeas que se admiram
e nunca se tocam. Sentem-se e não se beijam.
Um dia basta e a distância será encurtada.
O corpo será descartado e conceberá um novo
Não à distância de um clique num ecrã qualquer
mas num universo onde os nossos rostos
não serão iguais dentro do mesmo rosto divino
sem braços sem pernas sem olhar inquiridor
intensa luz de um arco-íris que de um desejo
de ser imortal quererá autêntico. Seremos o nosso deus.
Rosa Maria Duarte
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