sábado, 9 de dezembro de 2023
«Respirava e emitia um lamento. Parava por segundos. Voltava a respirar e a soltar um lamento. São estava deitada na sua cama articulada de olhos fechados. O seu rosto pálido era de cansaço. Às vezes dizia não à pergunta se tinha alguma dor. Tinha uma montra, à sua frente, no parapeito da janela virada para a rua com as fotografias dos meninos da sua família: netos e bisneto. Nessa despedida ainda havia vontade. Ainda queria viver um pouco mais, quanto mais não fosse para, em espírito, voar até à beira-mar do mundo humano e ser uma pequena onda a espraiar-se na areia ou uma gaivota a planar ou um pequeno destroço esquecido no areal...e pouco depois o seu espírito regressava revigorado ao corpo velhinho e prostrado.»
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