segunda-feira, 12 de novembro de 2012

como começar um projeto...


JORNALISMO NA ESCOLA

Para que serve o Jornalismo?

Foi a primeira das muitas questões que nos lançou hoje Pedro Brinca, diretor do jornal online Setúbal na Rede.

Foram aventadas algumas ideias soltas. Para informar, claro. Fazer chegar ao grande público o mais relevante da realidade diária. Com seriedade, acrescentou Pedro. Muitas vezes com a devida análise dos factos. Até para ser mais informativa e próxima da verdade dos factos. A subjetividade é intrínseca e não pode ser eliminada de todo. A seriedade é que é determinante para a confiança nos Media.

E quais os problemas no jornalismo? Prosseguiu a interpelar o seu público participativo e entusiasmado (de notar que ali só chegaram alunos pelo seu próprio pé e vontade).

Um dos problemas é a muita gente nova, indispensável para inovar e revigorar a atividade noticiosa, mas que precisa da inevitável orientação e experiência dos mais maduros. A maturidade aliada à vitalidade é o cerne da solução.

O jornalista é o mediador, não? Propôs uma aluna. Sim, claro, deve ser essa mesma a sua função, mediar a boa comunicação dos acontecimentos até ao grande público. O jornalismo deve promover a liberdade de expressão e garantir a democracia.

Pedro mencionou o vox pop (ou vox populis), um termo comummente utilizado para transmissões jornalísticas de entrevistas de rua, para sublinhar que muitas vezes não são recolhas relevantes, porque não constituem uma amostragem representativa da opinião pública.

Então (e cita mais um dos seus slides) o jornalismo trabalha com base na verdade, no interesse do cidadão, independente em relação ao poder, que deve vigiar (e sublinha vigiar) e promover a discussão. Vigiar porque são inadmissíveis lapsos ou imprecisões de dados no bom jornalismo. O rigor é um ingrediente indissociável.

Falamos no quotidiano de notícias, das novas (the news em inglês), palavra já conhecida n’ as novas do meu amigo, das cantigas de amigo medievais. São as últimas. É a atualidade em ação. Nas últimas 24 horas. O que chega primeiro é o melhor. Mas é a exceção à realidade comum, para fazer notícia. E deu exemplo do homem que mordeu o cão. Quando os homens passarem a morder os cães, lá se vai a notícia!

Pedro Brinca fez notar que, na conjuntura atual, porque a realidade crítica começa a alastrar, há um esforço jornalístico para fazer notícias positivas e de encorajamento social.

Claro que o papel educativo dos Media ou para os Media foi sendo abordado. Que passa, naturalmente, pela responsabilização social, pelo papel social, pela consciência de coletivo.

O sensacionalismo, como sabemos, é jornalismo espetáculo. Não é um bom serviço à comunidade. Embora o jornalismo tenha que procurar um equilíbrio entre o interesse público e o interesse do público.

E porque é que o jornalismo está em crise?

Sempre elucidativo e excelente comunicador, este jornalista de carreira referiu o individualismo excessivo, a demissão da educação para a cidadania, a aposta no que é giro, o sensacionalismo, o facilitismo, a falta de verificação e rigor, e a ausência do contraditório. O jornalismo passou a ser feito nas mesmas fontes, nas mesmas agências noticiosas.

Foi merecidamente aplaudido. E a seguir, Pedro Brinca ainda deu mais umas lições em particular a umas alunas mais decididas a cumprimentá-lo e calorosamente a agradecer-lhe.

Saímos do auditório da RLG e acompanhámos o nosso amigo Pedro Brinca até à saída da escola.

Agora, até ao primeiro workshop.

                                                          Laranjeiro, 8 de novembro de 2012

                                                                             Rosa Duarte
 

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