terça-feira, 18 de junho de 2013

um poema fadista


A nuvem da nossa Lisboa

                                   Ao meu pai, marinheiro fadista

A nuvem das horas langorosas navegantes

Viaja leitosa e de fofas barrigas

Desenhando toldos elevados de frescura divina

Na impetuosa pele dos rostos ao leme
 

Enche de histórias maravilhosas o céu pintado

E afina de sonhos os ouvidos peregrinos

Apessoados seres no porte das velhas traineiras
 

A saudade dolorida no horizonte distante

Lava de grossas lágrimas a adiada alegria

Acalma o rosto macerado dos pescadores

Refresca os ladinos e lânguidos fadistas

Clamando em uivos o marulhar regresso

À bela cidade tão sempre menina
 

Varina deitada nas colinas benzidas

Amante cheirosa da maresia do Tejo.





                                         Lisboa, 18 de junho de 2013

                                                  Rosa Duarte
 

 

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