A nuvem da nossa
Lisboa
Ao meu pai, marinheiro fadista
Ao meu pai, marinheiro fadista
A nuvem das horas langorosas navegantes
Viaja leitosa e de fofas barrigas
Desenhando toldos elevados de frescura divina
Na impetuosa pele dos rostos ao leme
Enche de histórias maravilhosas o céu pintado
E afina de sonhos os ouvidos peregrinos
Apessoados seres no porte das velhas traineiras
A saudade dolorida no horizonte distante
Lava de grossas lágrimas a adiada alegria
Acalma o rosto macerado dos pescadores
Refresca os ladinos e lânguidos fadistas
Clamando em uivos o marulhar regresso
À bela cidade tão sempre menina
Varina deitada nas colinas benzidas
Amante cheirosa da maresia do Tejo.
Lisboa, 18 de junho de 2013
Rosa Duarte
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