sábado, 25 de abril de 2015

«porque não posso falar contigo?»


A VOZ DA LIBERDADE EM PORTUGAL

O 25 de abril de 1974 valeu, sem dúvida, a pena.

E por muito que nos custe, porque podíamos estar melhor do que estamos hoje, o facto é que qualquer revolução não se basta a si mesma. Precisa de alimento diário, incentivo e renovação constantes.

Não podemos dizer que já de nada serve reafirmar a festa dos cravos e manter esperança no futuro.

Se há muito a fazer, mais uma razão para concertar esforços e convicções.

Ontem, por exemplo, ouvi um pouco do testemunho da atriz Giuseppa Apolloni sobre a sua histórica dedicação à causa das mulheres. Admirável!

Todos nós merecemos o respeito do outro, homens e mulheres.

Mas na realidade, a sociedade portuguesa precisa de dar uma atenção própria às mulheres.

Na liberdade de expressão e comunicação. Na dignidade como cidadãs, mães, esposas, irmãs, colegas, amigas. No seio da sociedade. Do casamento. Do trabalho. Da família...

Quantas vezes se rouba a palavra a quem tem algo a dizer.

Quantas vezes se limita quem tem algo para dar.
 
Quantas vezes se tenta diminuir quem tem o mesmo valor.

O silêncio é de ouro, mas sobretudo para elevar o coração ao som do fado.

Não como uma imposição. Não como uma repressão.

«Ninguém é de ninguém» canta-nos João Pedro Pais.

Ninguém tem autoridade moral ou afetiva sobre um cidadão livre e honesto, seja qual for o laço parental ou social, por via da repressão.

E a conspiração e a difamação têm que ser severamente combatidas para proteger a liberdade individual, que é o garante da liberdade social conquistada.

Assim prevaleça o discernimento para as detetarmos e neutralizarmos a tempo...
 
Vamos falar sobre isso?

Lisboa, 25 de abril de 2015

Rosa Maria Duarte
 
 

 

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