Excertos do livro E Agora, José?
A Liberdade Criadora Rosa Maria Duarte Tela, acrílicos e têmperas 40x50 |
“Há
também o «distanciamento», o distanciamento criador é indispensável. Toda a
inventiva, todas as filtragens da memória, associação, surtos do inconsciente,
tudo quanto recria e torna significante a experiência em termos de descrição
provém da capacidade de distanciamento em relação ao concreto ou ao fenómeno
experimentado. Essa operação tem os seus quês, requer o seu tempo.
Simplesmente, nós duvidamos de que, tão comprometidos como estamos com o
imediato, e tão retensos, tão à pressão, possamos praticar o tal distanciamento
sem o qual a obra de arte nasce pobre e sectária.” (PIRES, 1977:278)
“Para
já, ele, escritor, está produzindo a liberdade, que é a mais bela meta que um
livro pode ambicionar. Deixou de ser o carpinteiro cego e sem mãos de que
falava Neruda e dispõe como nunca de olhos e mãos livres para ouvir e falar.
Quer fazê-lo, isso é indiscutível. A qualquer hora ele está escrevendo de
memória ou o inconsciente escreve por ele […]” (PIRES, 1977:283)
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