segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Um risco no céu

Está um céu azul e limpo com aromas de Alentejo. Quase azul porque se vislumbra muito ao fundo um risco fino e branco. Quem terá autoridade para riscar o céu àquela altitude? E nem o desfigura. Dá-lhe vida. Mas não é uma cicatriz de herói. Porque no céu nada é permanente. Nem na terra. Nem as permanentes das senhoras são permanentes. Nem tão pouco a palavra permanente no seu significado... Só porventura a ilusão de quem a pronuncia...

Mas o risco continua da mesmo tamanho. Estranho! O que será? Tinta de óleo? Aguarela? Ilusão de ótica?

Afinei o meu pobre olhar tão dado a encantamento. Lá está ele, o aviãozinho, de entre limões e ramos e folhas e uma impressão de quintal. Tão direitinho e fininho, o risco no olhar, e tem na ponta  um objeto voador. Um brinquedo tipo avião? Um avião a sério. Tão pequenino! A que distância estará? Para onde irá? Para Lisboa? Oh!!

Porque ficou parado no céu? Se está alinhadinho, é sinal de bom destino. 

Mas...se estás preso numa fotografia, não gastas mais combustível. Eu ajudo-te. Desvio já o olhar para que possas voltar ao céu bem maior fora desta luz rectangular no computador. Não quero que te atrases! Deus te acompanhe, aviãozinho.



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