quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Ouve lá, passarinho...

Ouve lá, passarinho:

Eu sei que nós te devemos ouvir. Tu é que tens o dom natural da afinação. Tu é que tens melodia natural no teu chilreio. E nós, humanos, temos o devaneio de imitar tudo da natureza, até o canto. A nossa mãe é, sem dúvida, uma boa inspiração.
Mas ouve lá, passarinho (que afinal deixaste um ninho numa árvore despida e ainda é janeiro): bem sinto que já não está tanto frio, mas ainda assim parece cedo para pores ovinhos. Porque fizeste um ninho numa árvore nua e adormecida pelo vento? São as alterações climáticas que te alteram o coração? Não sabes do que estou a falar?
Ah! São lindas estas flores? Tens razão. São flores e por isso são lindas, mas nasceram em cativeiro.  
Sê livre. E desculpa-nos, passarinho. Esperamos que até à prima Vera chegar que faças outro ninho, passarinho.



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