- Um pobre naperon falante melodramático! A secar as mágoas ou nódoas? Enxerga-te. Estás fora de moda.
- Não me rebaixes, sff. Eu conheço os meus encantos. Não preciso que gostes de mim. Não preciso dos olhos de ninguém para me sentir. A vida social é sobrevalorizada. Sei que estou fora de moda, ainda que seja mais fashion que nunca. Tempos que me permitem ser um bom adereço para uma casa de fados.
- Já ouviste falar desta pandemia? Pois é...estás aqui neste modesto lar e upa upa! Cantorias já não enchem barrigas.
- Ah! Bem me parecia que eras a formiga rabiga que me saltas em cima e me furas a barriga.
- Poupo-te porque já tens muitos buraquinhos, naperon nostálgico.
- Mas sou amado pela minha avó que ainda é viva. Foi ela que me estendeu aqui para espairecer do cheiro a pó e nafetalina. Tenho uma vida simples. Sinto que vou cantar um fado.
- Tenho que ir... Se não fosse o distanciamento social, até chamava a minha gente ao formigueiro.
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