terça-feira, 7 de abril de 2020

Queres pensar comigo LXIV

- Diz-me uma coisa: achas que experimentamos primeiro o pensamento ou a emoção? Quando olhamos um produto durante as compras, por exemplo (que é a minha saída de excelência)?

- Bem...há muitos estudos sobre isso. Estudarmos a nossa própria experiência não é fácil. Um dos nossos neurocientistas de referência é António Damásio. E não é o único. 

- Eu já li alguma coisa sobre isso. E tu o que é que achas? Achas que conseguimos controlar o que sentimos?

- Acho que sim. Umas vezes mais do que outras, claro. São fenómenos que acontecem de forma muito rápida no nosso interior, mas que, apesar de tudo, com alguma serenidade podemos prestar a devida atenção e, a pouco e pouco, começamos a perceber como é que acontecem. Olhamo-nos como espectadores de nós próprios.

- Agora que falas nisso, veio-me à ideia uma situação recente em que me deparei com um livro na estante, lembrei-me de quem mo ofereceu e veio-me uma certa emoção de nostalgia, nomeadamente dos momentos anteriores a estes em que estamos confinados por causa desta pandemia. 

- Há sempre um pensamento, por muito breve que seja, que antecede a emoção. Sabendo isso, a consciência permite-nos gradualmente decidir sobre o nosso estado de espírito. Dominar as emoções é uma prática que se vai adquirindo...as linguagens artísticas ajudam. A meditação, o desporto, as caminhadas também.

- Pois...sem podermos sair livremente à rua, podemos focar-nos nos pensamentos proativos, naquilo que gostamos de fazer e precisamos de fazer em casa...

- É isso mesmo que eu faço...que nem sempre é fácil, mas somos capazes. Sabias que o nosso cérebro tem um mapa?

- Já está na Google?

Sem comentários:

Enviar um comentário